* A passagem da juventude *
O pai leva o filho para a floresta
Durante o final da tarde,
Venda os olhos e deixa-o sozinho.
Mas, sem querer ser covarde.
Por toda noite não podia remover
A venda só quando o dia amanhecer
Este enfrentou sem fazer alarde.
Não podia gritar por socorro.
Tinha que passar a noite toda lá,
Para poder ser considerado homem
E essa experiência poder contar
O menino estava amedrontado.
Com seus olhos vendados
Por que isso tinha que enfrentar.
Ele ouviu toda espécie de barulho,
Vozes, assobios e piados.
Finalmente o sol aparece
E seus olhos foram liberados
A venda pode ser removida
Viu que uma pessoa querida
Esteve o tempo todo de seu lado.
Seu pai sempre esteve ali
A noite inteira lhe protegendo
Afastando todos os perigos.
Mas seu filho não estava sabendo
O mesmo precisava imaginar
Que sozinho ali ia ficar
Ainda sem nada estar vendo.
Assim é a passagem da juventude
Se dá sem a gente perceber.
Sem termos venda nos olhos
Mesmo assim a gente não vê.
E a juventude vai embora
Sem dia marcado, nem hora.
Assim é o nosso envelhecer.