TAMAL, UM VAMPIRO BRASILEIRO
Vampiros e Lobisomens
Só existem no cinema?
Essa ilusão fictícia
Que eu conto neste poema
Não é uma brincadeira,
A história é verdadeira
E ao meu cordel deu tema.
Também não é do cinema
O tema a que me refiro
Tamal foi nascido híbrido
De humano com vampiro
Um vampiro português
De laboratório fez
Esse trabalho de giro.
Esse menino vampiro
Que a ciência apresenta
Nasceu na tribo Ticuna
Mil, oitocentos, sessenta
O ano que foi nascido
Depois da mãe ter sofrido
Todo tipo de tormenta.
Com mais de cento e cinquenta
Anos o índio Tamal
Sei pai, vampiro Johan
Que veio de Portugal
Tinha uma vida modesta
Escondido na floresta
No meio do matagal.
Alima, a mãe de Tamal
Por Johan foi envolvida
Tinha dezessete anos
Evitava a investida
Mas com ele a insistir
Ela findou por cair
Na lábia e foi seduzida.
Com a barriga crescida
Ela ficou assustada
Sem saber como explicar
A gravidez acelerada
E dentro de poucos dias
Aquela mãe já sentia
Quatro costelas quebradas.
Sofrendo desesperada
Ela tratou de fugir
Para o meio da floresta
Com a tribo a lhe perseguir
Bem na hora que o bebê
Estava tentando nascer
Foi vista por Raoni.
Este veio a decidir
Matá-los no matagal
Antes que ela parisse
Extirpando todo mal
Mesmo assim ele nasceu
E a mãe não sobreviveu
Ao ter seu filho Tamal.
Foi de forma natural
Que o menino nasceu
E vendo ali Raoni
De uma salto lhe mordeu
A mordida foi fatal,
Lá mesmo no matagal
O tal Raoni morreu.
Poucos dias que nasceu
O vampiro meio humano
Já tinha o porte físico
De um menino de três anos
Ficou no mato sozinho
Muitos anos sem vizinho
Num regime desumano.
Tamal tinha outros manos
Porém nenhum conhecia
Todos moravam com o pai
Até que um certo dia
Na selva perambulando
Mesmo sem está procurando
Ele encontrou uma tia.
Vez em quando ele fazia
Visitas aos seus irmãos
Que moravam com o pai
Sendo em outra região
Todos vampiros também,
Sua tia Huilen
Ele amava de paixão.
Tamal tinha cinco irmãos
Morando em outro lugar,
Serena, Maysun. Nahuel
Jennifer e o Rudá
Vampiros assim como ele
E todos gostavam dele
Mesmo com o pai a morar.
Todos vampiros de lá
Eram vegetarianos
Tamal que era acostumado
Somente com sangue humano
Teve que se adaptar
E também se alimentar
De vegetal como os manos.
Um vampiro meio humano
Na verdade é um Lycan
Tamal sendo um da espécie
Resolveu criar um clã
E formar uma matilha
Que seria sua família,
Todos de alma pagã.
Seriam todos lycan
Entre vampiro e humano
Todos formados de lobos
Porém vegetarianos
Pouco sangue consumindo
Pois esse grupo surgindo
Tamal tinha novos planos.
Sendo ele meio humano
Quando está transformado
Em sua forma lycan
Fica bem afeiçoado
Conquista até corações
Porém não tem emoções
E nem fica apaixonado.
Ele estava impressionado
Com sua tia Huilen
A vampira por seu lado
Também lhe queria bem
Juntos resolvem viver
E pra se comprometer
Adotaram uma nenem.
Tamal amou Huilen
E a ela foi servil
Mesmo ela sendo do Alaska
Ele sendo do Brasil
E ela sendo sua tia
Muito um no outro confia
E tem amor varonil
Belo Horizonte, 04/06/2015
SÉRIE LENDAS BRASILEIRAS - VOLUME 20
SIGNIFICADO DE ALGUMAS PALAVRAS
OU EXPRESSÕES DESSE POEMA
Tamal - Um ser híbrido, humano/vampiro, nasi-
do na tribo indígena Ticuna, na selva amazônica.
Johan - Um vampiro português radicado no Alas-
ka, Estado Norte americano.
Raoni - Um lobisomem, meio lobo meu homem,
tambem da tribo Ticuna.
Huilen - vampira irmã de Joham
Lycan - Meio vampiro meio humano, sua figura
difere do lobisomem.por ter aspecto humano.