CEILÂNDIA

Quando Brasília nasceu

Eu já era um rapazinho

De doze anos de idade

Ainda pequenininho

Pouca coisa ainda sabia

Nunca pensei que um dia

Cruzaria o seu caminho.

Ainda lembro com carinho

Da sua inauguração

Nos rádios ouvia tudo

Porque não tinha noção

Que a TV já existia

E muita gente assistia

Tudo na televisão.

Cheguei lá na intenção

De nas obras trabalhar

No ano setenta e quatro

E tive que enfrentar

Com a cara e a coragem

Calor, poeira, friagem

Sem nunca desanimar.

Em Ceilândia fui morar

Só depois eu descobri

Que lá estavam os retirados

Da invasão do IAPI

Em barracos situados

Nos terrenos loteados

Aguardando outro porvir.

Por ali permaneci

Na casa de um primo meu

Depois veio minha família

Lá um filho meu nasceu

Hoje vejo extasiado

Que a pobreza do passado

Tudo desapareceu.

Ceilândia hoje cresceu

É uma cidade forte

E eu peço a Deus virtude

Inteligência e suporte

Para com minha poesia

Descrevê-la com alegria

Sua história e sua sorte.

Ceilândia já nasceu forte

Extensa e sem desenganos

Uma cidade nordestina

De um povo cheio de planos

Que em nada se desarvora

Em março já comemora

Seus quarenta e quatro anos.

Cidade de altiplanos

Cuja história sem suspense

Tem como principal lema

«Quem tem disposição vence»

À rainha das cidades

Desejo felicidades

Ao cidadão ceilandense.

Cidade onde mais se vence

No Distrito Federal

Tem grande população

Grande comércio local

Nasceu da força daqueles

Que se uniram entre eles

Pra construir a Capital.

Setenta e um afinal

Ceilândia foi batizada

Onze anos antes disto

Brasília era inaugurada

Na fé, na força, na marra,

Construida pela garra

Nordestina obstinada.

No centro, sem faltar nada,

Do nosso país viril

A força trabalhadora

Para a construção civil

Vinha de diversas partes

Na alvenaria e nas artes

Dos sertões desse Brasil.

Cidade de altiplanos

Cuja história sem suspense

Tem como principal lema

«Quem tem disposição vence»

À rainha das cidades

Desejo felicidades

Ao cidadão ceilandense.

Cidade onde mais se vence

No Distrito Federal

Tem grande população

Grande comércio local

Nasceu da força daqueles

Que se uniram entre eles

Pra construir a Capital.

Setenta e um afinal

Ceilândia foi batizada

Onze anos antes disto

Brasília era inaugurada

Na fé, na força, na marra,

Construida pela garra

Nordestina obstinada.

No centro, sem faltar nada,

Do nosso país viril

A força trabalhadora

Para a construção civil

Vinha de diversas partes

Na alvenaria e nas artes

Dos sertões desse Brasil.

Em uma sessão solene

O governo conduziu

O processo em que as favelas

Da região extinguiu

Uma cidade planejando

Ceilândia inaugurando

E os lotes distribuiu.

Logo tres letras surgiu

Servindo de inspiração

C. E. I. era a Campanha

Para Erradicação

Das Invasões, e as favelas

Se extinguiram todas elas

Na Capital da Nação.

Setenta e um a ação

De um grande progresso vinha

Ceilândia era inaugurada

Como cidade vizinha

De Brasília e já contava

Com escola que se instalava,

Com ônibus, ponto e linha.

A mão de obra que tinha

Em Brasília se encontrava

Principalmente em Ceilândia

Que dia a dia enviava

Seus operários dispostos

Com grandes risos nos rostos

E a Capital avançava.

Diariamente se instalava

Lojas, feiras, armazéns,

Escolas, praças e estádio

Os patrimônios e bens

E logo isso tudo cresce

Na cidade que merece

De todos os parabéns.

Só lojas e armazéns

Sem um shopping na cidade,

Ir ao Plano ou Taguatinga

Era uma necessidade

De ônibus estrada a fora

E o que era sonho outrora

Se tornou realidade.

E o shopping da cidade

De JK batizado

O fundador de Brasília

Nele é homenageado

Muito merecidamente

Juscelino presidente

Homem imortalizado.

Um bem-estar sossegado

Ali o aluno tem

Mais uma oportunidade

De aprender a viver bem

Em Ceilândia a novidade

É que a Universidade

De Brasília é lá também.

E com ela também tem

Cursos para se aprender

Igrejas, bibliotecas,

Quadras de esporte e lazer

Pra melhor se viver bem

Em Ceilândia não há quem

Fique sem o que fazer.

Tem SESC a favorecer

O cidadão que investe

Com estrutura de ponta

E de valor inconteste

Foi muito bem recebido

É um dos mais desenvolvidos

Da região Centro Oeste.

Ceilândia Sul inconteste

Sempre a se desenvolver

Além da Ceilândia Norte

Setor «O» e Setor «Q»

Ceilândia Centro comanda

Além da Nova Ceilândia

Guariroba e Setor «P».

O Condomínio Privê

Sol Nascente e Por do Sol

Diversos arranha-céus

Deixa o aspecto melhor

Tudo em Ceilândia se arranja

Além de chácaras e granjas

Em todo seu arrebol.

No centro tem o melhor

Que é um grande monumento

A Caixa D’água que agora

Como reconhecimento

Pois de longe se percebe

Do poder público recebe

O ato de tombamento.

Como reconhecimento

Tem dois pontos de cultura:

«Atitude», força jovem

Bom projeto que perdura

Com a juventude em demanda

E «Menino de Ceilândia»

Que hoje cresce em estrutura.

Mais artes, pela cultura

Hip-hop é sensação

Grafite, expressão de peso,

Quadrilha, uma tradição

Música de qualidade

Em várias modalidades

Fortes em Ceilândia estão.

Projetos que avançarão

Hoje o Ferrock decola

E antes do Intinerância

E do Cantoria Escola

Para embelezar Ceilândia

Tem Projeto Forrolândia

O Platéia e Meia Sola.

Não mais aquele feirão

Pra população local

E o Quarentão onde havia

Programação cultural

Mudou tudo doravante

Hoje é só um restaurante

De comida a um real.

O acervo cultural

Nordestino é nota dez

Circo, forró, cantoria

Poesias e Cordéis

E também já se implantou

A Casa do Cantador

Palácio dos menestréis.

Destaque para os cordéis

Na Casa do Cantador

Que até hoje regimenta

Em eventos de treor

Cordelistas, cantadores

Milhares de adoradores

Do repente em seu teor.

Nela já se apresentou

Nomes que estão na imprensa

Como Geraldo Azevedo

O famoso Alceu Valença

Também Xangai, Os Nonatos

E outros que são de fato

Nordestinos de presença.

Do Nordeste a sapiência

Tem sentido tão profundo

Que o São João do Cerrado

Se mostra muito fecundo

Com atração das melhores

E hoje é uma das maiores

Festas de São João do mundo.

E primeiro sem segundo

É a comida temperada

Encontrada em restaurante

Ou barraca improvisada

Tripa, rabada, pirão

Mungunzá e rubacão

Carne de bode e buchada.

Suas feiras são chamadas

Patrimônios culturais

Por sua simplicidade

E seus aspectos gerais.

De convívio e de saberes

Desprovidos de poderes

E bens imateriais.

Suas feiras principais

Tem de tudo, sem façanha

Quem quiser comprar encontra

Ovo caipira, castanha

Mocotó, rede, gaiola,

Estilingue, mariola,

Corda, fumo, sebo e banha.

A sertaneja façanha

Em Ceilândia faz história

Nela o sangue nordestino

Pulsa ao ritmo da vitória

De um povo ordeiro e honrado

Dando energia ao legado

De sua grande memória.

Essa saga essa história,

No DF se espalha

Dela nasce a maior força

Que por Brasília trabalha

Suporte sócio econômico

Veloz com um supersônico

Digno de uma medalha.

A mão de obra se espalha

Em variados valores

Prestadores de serviços

Empresários, servidores

Políticos, artesãos,

Juristas e atletas são

Alguns dos seus moradores.

Ceilandenses de valores

Eu quero prestigiar

Votos de felicidade

Vão em primeiro lugar

Progresso e muita paz

Com gratidão a quem faz

Essa cidade pulsar.

Que a paz possa reinar

Com saúde e consciência

Os jovens se desenvolvam

Unidos na convivência

Que em Deus sempre acredite

E a prosperidade habite

Cada loja e residência.

Que os casais vivam na crença

Aumentando o romantismo

Os idosos bem cuidados

Vivam com positivismo

Que a sorte lhes favoreçam

E que as crianças cresçam

Com alegria e altruismo.

A Ceilândia, com civismo,

Desejo de coração:

Cresce Cidade de Luz,

Junto com teu cidadão,

Que serás eternizada

Por milênios bem lembrada

Na história da Nação.

Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 12/07/2015
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