* Os navios e a vida *
Certa vez, um homem sábio
Foi às docas para observar
Os navios entrarem, saírem
E subirem em alto mar.
Viu que, quando um navio saía
Para o alto mar e sumia,
As pessoas ficavam a festejar.
Desejavam boa viagem
Todos juntos a acenar.
Enquanto outro navio
No porto estava a entrar
Era ignorado pela multidão.
Ninguém prestava atenção
Que o mesmo estava a atracar.
O sábio dirigiu-se às pessoas,
Rapidamente foi dizendo:
- Vocês olham as coisas ao contrário!
E não estão compreendendo
Quando um navio da partida,
Não se sabe o destino da vida
Vocês estão me entendendo.
Qual será o seu fim
O que virá pela frente.
Não há motivo para celebrar
Antes que volte novamente.
Devemos ter muita confiança
Que entre no porto em segurança,
Para comemorar alegremente.
Nós somos o navio
A vida é aquela viagem.
Quando nasce uma criança,
Festejamos ao ver sua imagem.
Quando uma alma volta para casa,
Pranteamos com os olhos em brasa
Por alguém ter feito a passagem.
Porém se víssemos a vida na terra
Da mesma maneira que o sábio via,
Talvez pudéssemos dizer
Sem sofreguidão ou rebeldia.
O navio a sua jornada terminou,
As tempestades da vida, acabou.
Agora é hora de alegria.
Finalmente entrou no porto.
E agora está seguro em casa.
Comemore se alegre, sorria,
Pule, grite e extravasa.
Está com o pai eterno
Se encontra no leito fraterno
Seu espírito cria asa.