* O rio da vida *
Um riacho de águas cristalinas,
Muito bonito e vislumbrante.
Que serpenteava entre as montanhas.
Em certo ponto elegante.
Notou que a sua frente
Havia algo sujo, diferente.
Resolveu pensar um instante.
Por onde deveria passar.
Olhou para Deus e protestou:
– Senhor, que castigo!
Sou um riacho limpinho não sou?
E o Senhor me obriga a atravessar
Um pântano sujo pra me sujar
Por que não me dar valor?
Deus respondeu:
– Depende da sua maneira de encarar.
Pode diminuir o ritmo de seu curso,
Dará voltas e, inevitavelmente, acabará.
Misturando suas águas com as dele,
O que o tornará igual a ele.
Isso não vai poder mudar.
Mas, se o enfrentar com velocidade,
Com força, coragem e decisão.
Suas águas se espalharão sobre ele,
As umidades as transformarão
Em gotas que nuvens formarão
E o vento as levará em outra direção
Ai já será outra questão.
Irá de encontro ao oceano.
Aí você se transformará em mar…
Jamais será um riozinho
Também não poderá voltar
Assim também é a vida
Depois que fizer a partida
Jamais poderá retornar.