Da vida não quero nada
Da vida não quero nada,
somente a paz e o descanso,
depois da dura jornada,
uma rede e uma sombra,
numa tarde ensolarada,
Do sertão quero o remanso,
quero ver o açude sangrar
o revoar da passarada,
e um pé-de-serra tocar,
embaixo de uma de latada.
quero uma igreja e uma praça,
numa cidadezinha modesta,
toda enfeitada que graça,
quero as fogueiras acesas
quero uma noite de festa.
quero a mulher amada,
me fazendo um cafuné,
um prato de canjica,
uma pamonha doce
e um bule de café.
quero beber água da bica,
num pote de barro frio,
no interior que marca a vida
numa saudade que fica,
deixando o coração vazio,
na vida não quero nada,
nem se outra vida
todo dinheiro me der,
quero paz quero saúde.
para o que der e vier.