Eu prefiro um galope soberano, a loucura do mundo me entregar.
Eu nasci conjugando o verbo amar
E até prá chorar eu dei trabalho
De mocinha sai pra trabalhar
Sou de raça, de luta, sou Ramalho.
Povo forte, de sangue nordestino
Que carrega consigo o versejar
Valorizo e admiro o seu cantar
De quem vive em um mundo desumano
Eu prefiro um galope soberano
A loucura do mundo me entregar.
Faço versos e faço de improviso
De meu pai aprendi essa façanha
Se for bom trovador eu já aviso
Que de mim não é fácil, ninguém ganha
Homem velho, sabido, já apanha
E acaba cometendo algum engano
Mas não sou infalível, posso errar
Isso é natural em todo ser humano
Eu prefiro um galope soberano
A loucura do mundo me entregar.