MEU JEITO CABOCLO

Nas cordas de uma viola,

no pito da cigarrilha,

na cachacinha de engenho,

nos braços de minha morena,

das terras de onde venho,

nem longa e nem pequena

é assim que a vida passa.

No farfalhar do passaredo

no fundo de meu quintal

a vida segue sem medo,

pois todo dia é natal,

e quando alguém faz troça

desse meu jeito caboclo

com esse meu jeito de roça

convido o tal pro jantar.

E quando o perfume da noite

que chega do meu jardim

é convite pra morena

que chegue mais junto a mim,

e se ofereço uma rosa

e ponho nos seus cabelos,

vê nos meus olhos o apelo

e me leva para deitar.