CAMINHOS PARA A PECUÁRIA
CAMINHOS PARA A PECUÁRIA
Autor: Engº Agrº José Rodrigues Filho
Depois de esclarecer
Os caminhos pra Agricultura
Que têm na Reforma Agrária
Sua infraestrutura;
Enfoco o setor primário,
Desta vez o Pecuário,
Com a Bovinocultura.
O amigo pecuarista
Precisa escolher primeiro
Se, vai explorar boi de corte
Ou um rebanho leiteiro,
Se a exploração vai ser mista,
Pra que errado não invista
Perdendo tempo e dinheiro.
Escolhida a atividade
Escolha também a raça
De acordo com o clima
E o consumo da praça,
O mercado é crucial:
O pontapé inicial
Pra o sucesso ou a desgraça.
Se a exploração for corte
Use as raças zebuínas,
Principalmente o Nelore
Que tem as canelas finas,
Muita carne no traseiro
Que, corresponde a dinheiro
Seja em Goiás ou em Minas.
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Tem ainda o Indubrasil,
O Gir e o Guzerá,
O primeiro para corte
Os demais se podem usar
Para corte ou para leite,
Desde que o amigo aproveite
As vantagens do lugar.
Não indico a raça Gir
Pra exploração de corte
Suas crias são pequenas
Redundando em menor porte,
Mas pra exploração leiteira
A Girolanda mineira
Tem um perfil muito forte.
Se sua opção for leite
Escolha a raça holandesa,
Se o clima for propício
Use a Jersey e, com certeza,
Seu leite dá mais manteiga,
Esta raça é muito meiga
Assim quis a natureza.
Bem como a raça schwyz
A hoje: pardo suíço,
Tem aptidão pra leite
E certamente, por isso,
Hoje é muito utilizada:
Tem a carcaça pesada,
Pra leite e corte tem nicho.
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Junto à escolha das raças,
Outro passo crucial
É escolher as gramíneas,
Porque é fundamental
Usar capim resistente
À seca, e que a semente
Tenha vigor natural.
Em terras do semiárido
O Buffel está indicado:
Por ser resistente à seca
E, na raiz, ser dotado
De poder de retenção
De água, o que no sertão,
É um caráter aprovado.
Há o Estrela africana
E, o Sorgo forrageiro,
O “Tifton” e o Braquiária,
Deste, gosta o fazendeiro,
Por não ser muito exigente
Em água e em nutriente,
Mas no leite deixa cheiro.
Muito bom: é o Pangola!
Mas não suporta formiga.
O Jaraguá também serve,
Mas tem excesso de fibra.
Uma capineira implante
Com o capim Elefante
Se for Cameroon dá liga.
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Construa silos trincheiras
Visando longa estiagem,
Corte o capim: faça feno,
Aos animais dê silagem.
Somente, assim, desse jeito
Têm-se um manejo perfeito
Pra se aplicar na pastagem.
Para construir um silo
Ache uma boa barreira
Que fique junto ao curral
E também da capineira.
Determine o comprimento
E a largura, pois o intento
É aproveitar-se a beira.
Cave em forma de losango,
Começando da beirada,
Use moirões e madeira
Para fechar a entrada.
Deixe um pequeno declive
Para por esse desnível
A água ser excretada.
Espalhe dentro do silo
Lonas de polietileno
Pra que forragem e a terra
Tenham contato pequeno.
A fermentação Butírica,
É considerada crítica,
Pra silagem é um veneno.
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Triture bem a forragem,
Vá compactando em camadas,
Use bastante melaço
Sobre as gramíneas picadas,
Depois do apilamento
Deixe um "desabaulamento"
E cubra com as lonas citadas.
Pra fazer a fenação
Há um mais simples processo,
Num período ensolarado
Que a chuva esteja em recesso,
Faça o corte do capim
Deixando-o ao sol, pois assim,
Da umidade sai o excesso.
Convém enfardar o feno
Para ser armazenado,
Em local de clima ameno
Pra quando for ser usado,
Tenha boa condição
E complemente a ração
Dada, na seca, pra o gado.
Aguada, em todos os pastos,
Ou bebedouro em piquete.
Água é fundamental
Pra produzir carne e leite:
É um barato alimento
Que, além de dar sustento,
Fornece ao gado deleite.
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Dividir bem as pastagens
De modo racional.
O pastejo rotativo
Será aquele ideal
Pra o capim em crescimento
Ter seu desenvolvimento
No ponto pra o animal.
O manejo do rebanho
Deve ser bem acurado.
Beber “colostro” ao nascer
E ter o umbigo cortado.
Para então, nesse momento,
Receber o tratamento
Feito com álcool iodado.
Antes do corte do umbigo
Deve este ser amarrado
A uns 2 a 3 centímetros,
Comprimento apropriado
Para proceder-se o corte,
Amarra-se um cordão forte
Aí pode ser cortado.
Dá-se o primeiro leite,
Que de “colostro” é chamado,
Pra expelir o “mecônio”
Que, no estômago formado,
Provoca disenteria
E o bezerro morreria
Não fosse, assim, manejado.
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A descorna é importante
Pra gerar docilidade,
Facilitar o traquejo;
Deve ser feita na idade
Entre 15 e 30 dias,
Depois disso: cirurgias
De ablação. Pura maldade!
Descorna com pasta cáustica,
Nos primeiros trinta dias,
Depois disso ferro em brasa
Até os noventa dias,
Depois somente ablação,
Que consiste na extração
Dos chifres, por cirurgias.
A operação desmame
Deve ser realizada
Conforme a exploração
Para, na data adequada,
Apartar da mãe o filho,
Para que sem empecilho
A mãe volte a ser cruzada.
É preciso ter cautela
No quesito “castração”.
Animal castrado novo
Não se desenvolve, não.
Sem hormônio de crescimento
E de desenvolvimento
O animal cresce anão.
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Pra o animal ser castrado
Tem que ter desenvolvido
Um porte de macho adulto
Pra ficar reconhecido
Como boi, pois só capado
Deixará de ser chamado
De touro bravo ou bandido.
Por isso pecuarista
É bom saber de antemão:
Que boi é touro capado
Não é reprodutor, não.
Pois reprodutor é touro
Como papagaio é louro,
E frango castrado é capão.
Estou chegando aos finalmente
Desta minha explanação.
Falarei de outras culturas
Numa próxima edição.
Não se esqueça da esterqueira,
Combata a mosca berneira
Programe a vacinação
Dedico esta última estrofe
Ao bom povo brasileiro
Que vê sair toda carne
Direto pra o estrangeiro,
Mas o dia vai chegar
Que o povo vai se esbaldar
De carne, leite e dinheiro.
FIM – Amélia Rodrigues, Ba. 13 e 22/08/2011.
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