Caminhos para a Agricultura
CAMINHOS PARA A AGRICULTURA
Autor: Engº Agrº José Rodrigues Filho
Vamos conversar amigos
Com toda desenvoltura
Falando da pecuária
E também da Agricultura
Expondo com poesia
Toda a tecnologia
Para exploração futura.
Amigo! Preste atenção,
Ao escolher seu terreno
Pra plantar milho e feijão
Ou outro cultivo pequeno
Procure terreno plano
Pra não sofrer desengano
E afogar-se com sereno.
Se o terreno for de encosta
Plante nele atravessado
Pra água que for escorrendo
Ter o seu curso barrado
Evitando a erosão
De modo que o seu chão
Não seja nela arrastado.
São consideráveis as perdas
De solo, nas enxurradas,
Mitiga-se isso plantando
Em linhas atravessadas,
Cortando sempre o declive
E usando curvas de nível
Nas encostas escarpadas.
- 01 –
Se o amigo não fizer
Como estou recomendando
Terá seu solo arrasado
Se continuar plantando,
Sempre de ladeira a baixo,
Garanto que assino embaixo
Desse desastre avisando:
São milhões de toneladas
De solo, que arrastadas,
Empobrece o solo alto
E enriquece as baixadas.
Causando assoreamento
Provocando entupimento
De rio, riacho e aguadas.
Portanto, caros amigos!
Vamos cultivar correto
Prestem atenção na distância
Também no sentido certo
Nas direções norte-sul,
Pra que fique tudo azul
Mantenham seu olho aberto.
Convém olhar muito bem
As direções leste-oeste
De onde sopram os ventos
Trazendo umidade e peste.
Olhem o percurso do sol
De manhã e no arrebol
Na caatinga e no agreste.
- 02 –
Se ocorrerem ventanias
Plantem, façam arvoredos,
Do lado que sopra o vento
Que, sem mistério ou segredo,
Ele será reduzido,
O cultivo protegido
Do sucesso esse é o enredo.
E, se for plantar, frutíferas
Persigam o espaçamento.
De uma planta para outra
Mantenham o nivelamento:
Copa distante de copa
Raiz com raiz não topa
Distância certa é o intento.
Ao se cavar uma cova
Para uma muda plantar,
Retire a terra, de cima,
Pra com essa misturar
Adubos de fundação;
Nessa mesma ocasião
No fundo dela jogar.
Terra de cima e adubos
Irão pra o fundo da cova,
Pois as raízes das plantas
Adoram misturas novas,
Que contenham nutrientes
Pra não ficarem doentes,
Isso! Confirmo com provas.
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Esterco e super fosfato
Pra o fundo da cova vão:
A calagem sendo feita
Com dois meses de antemão.
Pra garantir a cultura
Adubos, em cobertura,
Mais tarde aplicar-se-ão.
O nitrogênio e potássio
Aplicam-se em cobertura;
Em se dispondo de esterco
Usá-lo, pois a estrutura
Do solo fica arejada,
Permitindo a raizada
Respiração com fartura.
Quando fizer a calagem
O calcário é o dolomítico,
Pois desflocula os coloides
Liberando o íon, crítico,
Preso ao alumínio tóxico
E ao ferro, o que é ilógico,
E, para a planta, fatídico.
Reduz o teor de AL,
Como de ferro também,
A planta se vendo livre
Cresce e produz muito bem.
Tendo cálcio e magnésio
Como sacou seu Genésio
A produção vai além.
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Nem é preciso falar
Que pra ter bons resultados:
Escolher bem as sementes,
Mudas com certificados,
Livres de praga e doença.
Se o produtor assim pensa
Terá seus lucros dobrados.
Pois usar o agrotóxico
Será sua última opção
Porque encarece os custos
E envenena a plantação.
Intoxica o agricultor
Levando à família a dor
Pela acumulação.
No caso de ocorrer praga,
Ou doença detectada,
Antes de usar o veneno
Veja a pessoa indicada
Pra receitar o agrotóxico:
O agrônomo é o mais lógico
Pra fazer tal empreitada.
Receituário Agronômico
Deverá ser emitido
Indicando as quantidades
Do veneno permitido,
Assim como precaução,
Como também proteção,
Com EPI garantido.
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Para combater moléstias
E pragas na Agricultura
Há produtos naturais,
Que se aplicam na cultura,
À base de nicotina;
Também se emprega a urina
De vaca, que, às vezes, cura.
O manejo ecológico
Deverá ser aplicado,
Após contagem de insetos
Que, a planta haja infestado.
Decide-se, por exclusão,
Se naquela ocasião
O químico será usado.
O emprego de armadilhas,
Também deve ser usado,
E o controle biológico
De há muito utilizado:
Disseminando a vespinha
Junto com a boa joaninha
Traz, também, bom resultado.
Não se deve esquecer
Dos bons tratos culturais:
Destoca, limpeza e podas,
São cuidados naturais.
As podas de formação,
E as do ramo ladrão,
São tratos essenciais.
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Carpas e coroamentos,
Antes da adubação,
Pra que ervas invasoras
Não roubem os adubos, não.
Água, para crescimento
E para desenvolvimento,
Utilize irrigação.
O sistema de aspersão
Bem como o pivô central,
São usados, em grandes áreas,
No âmbito nacional.
Mas pra o produtor pequeno
Com seu pequeno terreno:
Gotejamento é o ideal.
Quem dispõe de pouca água
Pra seu cultivo irrigar
Use um método econômico
Pra suas plantas molhar:
Potes porosos e/ou mangueiras,
Microaspersão, entre leiras,
Que a sua água vai dar.
Após desenvolvimento
Do ciclo vegetativo
Surge dentro do padrão
O ciclo reprodutivo:
Antecipando a colheita
Prenunciando a receita
Incrementando o ativo.
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Mas se precisa cuidados
No transporte da colheita,
Pois, são colossais as perdas,
Se essa operação for feita
Sem a precaução devida,
Parte da safra é perdida
E o mercado não aceita.
Portanto, agricultores,
Trabalhadores rurais!
Não esqueçam o ambiente
Em suas fainas normais.
Transgênico a terra cativa
Faz que a semente nativa
Não germine, nunca mais.
O futuro do planeta
Também é nosso futuro.
Defendam o meio ambiente
Não fiquem em cima do muro.
O aquecimento global,
Ou outra era glacial,
Indica um porvir escuro.
Nestes versos de cordel
Enfoquei a Agricultura.
Falarei da Pecuária
Numa edição futura...
Desejando ao brasileiro:
Saúde e muito dinheiro
E alimento com fartura.
FIM – Amélia Rodrigues, Ba. 06 e 08/08/2011.
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