Cordel Decassílabo

A mulher é minha prima

Eu também sou primo dela

Nós temos três filhas belas

Por elas, a gente prima

A minha mais velha, rima

Também a rapa de tacho

A do meio também acho

Que se tentar vai rimar

Não custa nada tentar

Em casa, só eu de macho.

Eu sou muito bem casado

Na igreja, no cartório

não gosto de falatório

Sou bastante reservado

Gosto de ficar calado

Eu prefiro mais ouvir

Procuro não discutir

Pois evito desavença

Eu respeito a diferença

Sei entrar, também sair.

Fui da roça, fui roceiro

Já cortei muito capim

Arranquei bastante aipim

No tempo do petisqueiro

A luz era candeeiro

A água vinha da fonte

Também eu cortei um monte

De cana pra dá pro gado

Eu ficava deslumbrado

Contemplando o horizonte!

Nesse tempo a maioria

Dos colchões eram de molas

E merendas nas escolas

Só em poucas, existia

Mas palmatórias, havia

O mestre era respeitado

Porém dinheiro minguado

Como ainda permanece

Bem menos era o estresse

O natural, mais usado.

O meu Deus é o meu escudo

Eu sem Ele, não sou nada

Vou seguindo na estrada

Meu Deus para mim é tudo

Não fui longe no estudo

Só tenho o segundo grau

O salário vem do sal

Sal faz parte do tempero

Sal custa pouco dinheiro

Mas em excesso, faz mal.

O grande poeta, amigo e conterrâneo Stelo Queiroga assim interagiu:

Decassílabo com arte

É este que encontro agora

Não consigo ir embora

Sem tentar o meu aparte

Confesso que imitar-te

É desafio gigante

Insisto não obstante

Pois não resisto é da sina

És o maior de Campina

Com teu versar deslumbrante.

Tiago Duarte
Enviado por Tiago Duarte em 22/05/2015
Reeditado em 23/05/2015
Código do texto: T5250461
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