Quem quiser que vá além
Um poema bem artístico
Começo com este dístico
Vai ser breve, eu prometo.
Pra dar-lhe alguma graça
Acrescento este terceto.
A necessidade de rima
Quase sempre é uma ladra.
Mas um poeta pra cima
Não teme um quarteto ou quadra.
A ansiedade do poeta
Por vezes o descarrilha.
Um verso bem trabalhado,
Não deve ser apressado.
Com jeitinho dá quintilha.
Um sexteto ou sextilha
Cai bem em qualquer poema.
Quem conhece não se humilha,
Não se esconde em sua ilha,
Pelo contrário, partilha
Com desapego seu tema.
A sétima ou sextilha
Também não assusta a gente.
Uma estrofe que brilha
Vai surgindo de repente.
Fica linda num cordel
Vou riscando no papel
Este verso contundente.
A oitava fica linda
Com rimas intercaladas,
Truncadas, enviesadas.
Há tanto recurso ainda!
O certo é mandar um verso
No direito ou no reverso
Com termos bem inspirados
No verso em que ela se finda.
Ainda tem a nona
E a décima também.
Quem quiser que vá além,
Nesta altura fui à lona.