Prece de mãe.

No seu dia ofereço este texto a todas as mães como reconhecimento da mais sagrada missão por Deus confiada às mulheres - a maternidade - e onde estiverem parabéns mães.

Esperei parar a chuva

E saí na madrugada

Não levei o guarda-chuva

Fiquei com a roupa molhada

Mas guardei um par de luvas

Para usar na caminhada.

Fiz da minha caminhada

Uma ponte pro infinito

Para la não levei nada

Sequer o som do meu grito

Pra fazer a escalada

Eu usei o velho escrito.

Fui à casa do Senhor

La sequer fui recebido

Procurei algum pastor

Não havia um conhecido

Procurei o diretor

E também não fui ouvido.

Vi então um retirante

Fui em sua direção

Ele estava ofegante

Falando em contradição

Tentava seguir adiante

Mas pediu a minha mão.

Eu lhe dei a minha mão

Ele me deu um sorriso

Disse que a solidão

Chegou sem dar um aviso

E na sua imperfeição

Não encontra o paraíso.

Eu falei que paraíso

É força de expressão

Ele é o chão que piso

Quando estou na direção

Ás vezes provoca riso

Quando estou na multidão.

Respondeu o retirante

Tudo isso é verdade

Há, porém, algum instante

Que nos falta claridade

E então o ser pensante

Perde a maturidade.

Disse ainda que estou

No oceano da paixão

Vendo um sonho que acabou

Faltou a motivação

E se o céu não brilhou

Foi pura perseguição.

Disse que a minha razão

É apenas preconceito

Deus não tem religião

Mas é mais do que perfeito

Em qualquer ocasião

Ele acolhe o imperfeito.

Falei que a imperfeição

É a marca do destino

Cada um tem seu quinhão

Que ganhou desde menino

Não importa educação

Muito menos ter ensino.

Fomos juntos caminhando

Eu atrás, ele na frente,

Ele a argumentar

Eu um pouco indiferente

Quando eu quis perguntar

Ele me olhou contente.

Disse que se interessei

É porque quero aprender

E porque se perguntei

É porque quero saber

E assim continuei

A tentar compreender.

Resolvi seguir em frente

Para ouvir o retirante

Eu segui obediente

Achei isso interessante

Quando ouvi um meu parente

Me chamar naquele instante.

Atendi esse chamado

Mas fiquei sem entender

Por que tão distanciado

De quem quer me conhecer

Eu ouvi; vá com cuidado

É melhor eu me esconder.

Fui andando calmamente

Olhando o desconhecido

Que parou na minha frente

Disse que sou convencido

Desconheço a minha gente

E também estou perdido.

Apurei a audição

Para ouvir o que era dito

Veio então um cidadão

Dizendo que sou bendito

Porque dei minha atenção

A quem caminhava aflito.

Então vi alguém chegar

Percebi que me olhava

Ela estava em um altar

Onde minha mãe rezava

Era uma santa a rezar

Enquanto a outra escutava.

Renato Lima
Enviado por Renato Lima em 09/05/2015
Código do texto: T5236010
Classificação de conteúdo: seguro