A Ocorrência
Havia por aqui (Orizona-GO)
Tempos passados
Um sujeito trabalhador
Bom de prosa na pinga
Ou seja: mamado!
Seu nome:
Dedé Trigueiro
Na rasteira, muito ligeiro
É o que diria Zé Leitão
Então delegado!
Um dia na cidade
Sem dó nem piedade
Zé Leitão resolveu
Prender Dedé
Pra mostrar autoridade!
Deu voz de prisão
Respondeu Dedé:
-Não sou ladrão!
-Mas pinguço arruaceiro
Retrucou Zé Leitão!
Dedé
Pobre coitado
Foi convencido
A dirigir-se pra prisão
Senão seria algemado!
Era dia de noite fria
Andando, saíram pra delegacia
Logo mudou pra trote
Zé Leitão fungava no cangote
E o povo na rua aplaudia!
Getúlio Vargas tava lá
A avenida assistia
Dedé mudou de rumo
Porque preso não seria
Não! Pelo menos naquele dia!
Correu rumo a uma baixada
Zé Leitão mordeu a isca
De repente baixou Dedé
Zé Leitão pro alto e depois no chão
Com a testa numa pedra chega saiu faísca!
No outro dia, calmaria...
Dedé não estava nas ruas
Nem tão pouco na prisão
Era um lugar muito mais chique
Canavial cortando cana, pra um alambique!
Salvio Gonzaga - OMB/GO