A Ocorrência

Havia por aqui (Orizona-GO)

Tempos passados

Um sujeito trabalhador

Bom de prosa na pinga

Ou seja: mamado!

Seu nome:

Dedé Trigueiro

Na rasteira, muito ligeiro

É o que diria Zé Leitão

Então delegado!

Um dia na cidade

Sem dó nem piedade

Zé Leitão resolveu

Prender Dedé

Pra mostrar autoridade!

Deu voz de prisão

Respondeu Dedé:

-Não sou ladrão!

-Mas pinguço arruaceiro

Retrucou Zé Leitão!

Dedé

Pobre coitado

Foi convencido

A dirigir-se pra prisão

Senão seria algemado!

Era dia de noite fria

Andando, saíram pra delegacia

Logo mudou pra trote

Zé Leitão fungava no cangote

E o povo na rua aplaudia!

Getúlio Vargas tava lá

A avenida assistia

Dedé mudou de rumo

Porque preso não seria

Não! Pelo menos naquele dia!

Correu rumo a uma baixada

Zé Leitão mordeu a isca

De repente baixou Dedé

Zé Leitão pro alto e depois no chão

Com a testa numa pedra chega saiu faísca!

No outro dia, calmaria...

Dedé não estava nas ruas

Nem tão pouco na prisão

Era um lugar muito mais chique

Canavial cortando cana, pra um alambique!

Salvio Gonzaga - OMB/GO

Salvio Gonzaga
Enviado por Salvio Gonzaga em 29/04/2015
Reeditado em 03/01/2020
Código do texto: T5224249
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.