Estado de graça
Se amores fossem poesias
Como às vezes acontece
Todos os poetas seriam
Sinceros quando escreviam
Inspirando a fantasias
De amantes que se queria
Até surgirem outros versos
É correto afirmar
Que certas delas lhes marcam
Quando tocam sempre voltam
Com o clima que as fez brotar
Mas não inibe a procura
Uma espécie de loucura
Onde é nobre prevaricar
Profícuas traições
Coleções de esquecimento
Fortuitas reedições
Mas que em dado momento
Viram vícios, compulsões...
Por esta predileção
Em ter novos sentimentos
Poesias e amores
Na verdade se entrelaçam
Trocam vias e sabores
Interagem e ultrapassam
Tanto quanto os seus autores
Sensíveis e criadores
Vivam esse estado de graça