UMA NAU CHAMADA ESPERANÇA

Mais uma nau vem ao mar

Renovada do seu estaleiro

Viagem de ouro a mirar

Sonho antigo dos seus passageiros

Vem cumprir uma grande missão

Ao comando experiente capitão

Astuto, arrojado, guerreiro

Pouco tempo e muito trabalho

Pra prover toda a operação

Recursos ainda escassos

Aguerrida tripulação

De novos e velhos marinheiros

Esquecidos num outro estaleiro

Construída uma nova embarcação

Inicia-se a viagem

É fato o grande otimismo

Festas, sonhos, vantagens

Nenhum sinal de abismo

Seria a redenção

Para os novos afirmação

Aos velhos resgate do tempo perdido

Numa viagem de ouro

Jamais pensar tempestade

Nem marinheiro mais novo

Nem mesmo o de mais idade

Todos com confiança

De navegar sem mudança

Rumo a uma linda cidade

Inimaginável prever uma mente

Que a poucas milhas do cais

Morreria o capitão de repente

Minando também os demais

Talvez a primeira emoção

Perder a tripulação

Que una saíra do cais

Elege-se um novo comando

Comandante focado no rumo

Quão difícil manter navegando

Já com restrição de insumos

Que mais afetam também

Aos velhos marinheiros que vem

Almejando um barco seguro

Problemas tem a magia

De aguçar o imaginário

Se o começo era tudo alegria

Começou a ficar temerário

Não se viam homens cantando

Pensativos iam levando

Sonhando mudar o cenário

Uns poucos lançam-se ao mar

Não sei se desgosto ou desespero

Mas muitos decidem ficar

Instinto de bom marinheiro

Trabalham com muita prudência

Envoltos em total turbulência

Ainda inseguros, cabreiros

Superada a forte mudança

Segue a nau em calmaria

Acionam-se todas as velas

Tentando repor alegria

Que do longo tempo de ação

Esgotou toda tripulação

Que tenta por fim a agonia

Estórias que quando de início

Pensava-se apenas bravatas

Que naus com missão de ofício

Era alvo de muitos piratas

Parados no raio visão

Mais uma pro capitão

Escapar são e salvo a ciladas

Passageiros sentem o clima

Há poucos serviços a bordo

E por não serem da lida

Reclamam sem medo nem modos

Boatos propagam-se em vão

Do convés até o porão

Por quem na esperança deu votos

Nau de bandeira famosa

Atravessa um mar agitado

Após completa reforma

Enfrenta questões de mercado

Falta a mercadoria

Que ao povo todo sacia

E por ela ao porto é levado

Arrojo em empreender

Não há mais porquê esperar

Mesmo tendo que se defender

Saídas terão que encontrar

Não é missão de aprendiz

Superar a tormenta infeliz

Por toda extensão deste mar

Chegar a um porto seguro

É o que todos almejam

Evitar tocar um enduro

E que os piratas não vejam

Planejar cada ação

Irmanada à tripulação

Estratégia que todos desejam

Em tempo de superação

Pra situação reverter

Motivar a tripulação

Que força precisa reter

Alertar o capitão

Que riscos corre a missão

Quando a base deixa de crer

* Incerteza na condução da empresa por saída do seu presidente.

Urbano Possidônio
Enviado por Urbano Possidônio em 11/03/2015
Reeditado em 06/02/2016
Código do texto: T5165730
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