TERESINA - MÃE OU MADRASTA?

De Domingos Fonseca, a lira ardente

Que outrora vibrou nessas paragens,

Resta apenas os ecos e as imagens

Da caneta fecunda e seu repente;

Do convívio dos seus está ausente

Como esteve no tempo em que viveu;

Quando vivo sua terra lhe esqueceu,

Quando morto, despreza a sua casta,

Que em vez de ser mãe ela é madrasta

Para quem nome e glória mais lhe deu.

Muito cedo Fonseca foi embora

Por faltar-lhe incentivo e mais apoio,

Que sua terra cultiva e rega o joio,

Mas o trigo despreza e joga fora;

Como foi, está sendo até agora

Na ciência, nas artes, na cultura;

Precisamos mudar essa postura,

Dar ao vivo o prestígio que merece,

Do contrário esta terra permanece

Cultuando os que estão na sepultura!

Não sou contra valores importados,

Até mesmo porque nos enriquecem,

Mas nós temos artistas que merecem

Incentivo e não serem desprezados;

Os gestores só são preocupados

Com a própria fortuna e bem-estar;

Certamente alto preço vou pagar

Pelos versos que faço, não me abalo;

Mesmo sendo esquecido não me calo,

Não me rendo nem paro de lutar!