Embate entre a felpudinha e a raspadinha

És de fato u´a severgonha

mostrando-se assim desse jeito

os homens são todos u´a inconha

não te respeitam direito

O que agora exponho

é um dom da natureza

diante do espelho, se bronho

é gozo com mais clareza

Acho isso tão indecente

portanto fico coberta

sem pêlos és deprimente

contigo o Pai inda acerta

Teus pêlos são um horror

da idade da pedra pareces

além disso se faz calor

em plena fogueira padeces

Meus pêlos são obra divina

e como os anjos o éter regem

porreles o macho alucina

e do mesmo inda me protegem

Eu sou apenas moderna

com outra mentalidade

adoro uma boa baderna

e exponho mi´a sacralidade

Sacralidade, uma ova

se te mostras sem a pelagem

mereces em toda trova

condenação por sacanagem

Sou a pura natureza

que se descobre em brasa

aumento neles a macheza

e por mim mais tesão vaza

Vê bem se isso é conversa

para uma donzela pudica

és um vero mercado persa

noutra não pensas, que em pica

Pica é meu complemento

como também é o teu

escancaro o encantamento

e logo me sorve todo Romeu

Não deves ser tão saliente

pois uma hora te pune o Pai

estragas qualquer ambiente

e em ti só escória é que vai

Sou pela emancipação

por isso te recrimino

o tesouro que tens na mão

é o caminho mais divino

E por divino então ser

é que o com tanto zelo

na hora sacra do prazer

há de cabê-lo com cabelo

(continua na próxima)

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 25/02/2015
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