Velhos Tempos

Velhos Tempos.

Velhos tempos, tempos idos

Jamais serão esquecidos

Ou varridos da lembrança;

Foram dias de penúrias,

De muita sede de fome

De lembrar faz em frangalhos

Os meus tempos de criança.

Latas d’água na carroça

Fardo esquisito e pesado,

Pro menino que eu ainda era;

Crescer já não mais podia

Desnutrido e verminado

Vez em quando eu perguntava

Qual seria meu pecado.

A água era ingerível

Não servia pra beber,

Mal dava pra lavar roupa;

O sabão não espumava

Sal e soda não combinam,

E por mais que mamãe lutasse

Sua roupa não limpava.

Era um sofrer tão sofrido

E a gente não lamentava,

Não culpava “A” nem “B”;

Aqui culpam Deus e mundo

E o castigo é tão profundo

Que faz rico se benzer,

É, mas nós não vamos sofrer.

Fizemos nossas cisternas

Que guardam água da chuva

Que desse telhado abaixo;

Não é suja nem barrenta,

E também não é salgada

Pra nós é água potável,

Quando fervida e filtrada.

Guel Brasil
Enviado por Guel Brasil em 25/02/2015
Código do texto: T5149485
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