O AMIGO GALO...
Zé Delfino, homi da roça
Honestu e trabaiadô
Tem uma bela paióça
No campu é um lavradô.
Trabáia di sol a sol
Indo inté o arrebol
Labutando cum amô.
Seu relógio implumado
O acorda bem dimenhã
Mas agora anda atrasado,
sodadi de Aruanã.
galo índio cantadô
seus pontêru atrasô
isqueceu u seus afã.
Zé Delfinu cuidadoso
Cum galo dispertadô
Levô ele pressuroso
Pra oficina, sim sinhô,
Foi num tar relojuêro
Dito pur outro rocêro
Que era um cunsertadô.
O homi lá da oficina
A Zè Delfino ixplicô,
Qui do galo a sua sina
A idade só piorô.
Galo véio no pulêro
Dorme noite e dia intêro
Que seu tempu si acabô.
Zé Delfinu entristeceu
Sabê qui seu cumpanhêro
Cantô nu tempu qui deu
E precisa dum herdêro.
comprendeu a situação
E um dispertadô no balcão
Comprô du relujuêro.
Tem que si acustumá
Cum cantá na hora errada
Do amigo galo gagá,
E a hora mecanizada.
O importante é a labuta
E continuá a luta
Na roça “modernizada”.
A interação do meu querido amigo Jacó Filho. Obrigada poeta.
Eu acho um troca injusta,
Mas a luta não vai parar...
E não dá pra se ajustar,
Um galo, que nem escuta...
Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos ilumine... Sempre...
Mas a luta não vai parar...
E não dá pra se ajustar,
Um galo, que nem escuta...
Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos ilumine... Sempre...
O amigo poeta Stelo Queiroga veio prestigiar meu texto. Obrigada, amigo.
Entre o relógio e o galo
Prefiro sempre o segundo
Como ele eu também não calo
Marco o tempo do meu mundo
Já fui jovem garnizé
Hoje atraso e bato o pé
Solto meu grito profundo.
Prefiro sempre o segundo
Como ele eu também não calo
Marco o tempo do meu mundo
Já fui jovem garnizé
Hoje atraso e bato o pé
Solto meu grito profundo.