DAQUI TAMBÉM EU OREI
Daqui também eu orei,
Com a janela fechada,
Mas já via na fachada,
O sol brilhando a granel,
Depois eu olhei no Céu,
E me senti encantado,
A vida tem seus mistérios.
Meu viço em receber flores,
Se compara a um orgasmo,
Relembro dos meus amores,
Espanto tantos fantasmas,
As vermelhos são viçosas,
Mas gozam todas as rosas,
De um objeto sagrado.
A poesia e a solidão,
Aqui firmaram parceria,
E as minhas noites vazias,
Transbordam em inspiração,
Depois que o dia amanhece,
Concluo as minhas preces,
Dou a estas a formatação.
Em cada pétala de flor,
Minha alma se espelha,
Assim construo a centelha,
Que revigora o meu amor,
Não primo pela desordem,
Evito ao máximo as dores,
Redundante nesta ordem.
Que pessoinha mais linda,
De sorriso abundante,
Invadiu a minha alma,
Coloriu-me este instante,
Vou ficar apaixonado,
Por este ser delirante,
Contando não se acredita.
É neste botão de rosa,
Que vou dedicar meu ser,
Para que junto a você,
Possa vencer as maldades,
Que por infelicidade,
Alguém possa nos fazer,
Mas será desmascarado.
Adoro receber flores,
Sinto um prazer a priori,
Até esqueço-me das dores,
Que me ensejam o mal,
Lembro de alguns amores,
Desta conjunção carnal,
Que limitam os louvores.
No branco brada a pureza,
Na tua alma a bondade,
Deus teve a delicadeza,
Mandou-te à humanidade,
Eu me sinto agradecido,
Como tivesse conseguido,
Fazer o sonho realidade.
A vida é um celeiro,
Onde o pasto é variado,
E conforme foi plantado,
Vai sorver o seu rendeiro,
Se regou erva daninha,
Prepare o seu brocado
Para colher desesperos.
Um dia serei uma rosa,
Depois da decomposição,
Deste meu corpo inútil,
Que padece de paixões,
Então adubarei jardins,
Rosas, cravos, e jasmins,
Sem praticar as restrições.
LUSO POEMAS, 13/02/15