Frei Dimão faz dura crítica ao Recanto
Vou recorrer ao baixo clero
de história tão salutar
pra dançar o divino bolero
e mais almas pro céu levar
De lado deixo a burguesia
como também o clero alto
pois carregam a hipocrisia
enquanto se samba no asfalto
Embora a situação seja ruça
da juventude vou cuidar
e mesmo que a vaca tussa
formarei conselho putelar
As chuvas vêm chegando
e esse é o sinal mais divino
mesmo co´o teto gotejando
o que era homem vira menino
As torneiras da Petrobrás
tudo regam em borbotão
sinal que inda há muito gás
pra se criar o petrolão
E como já se foi o Joaquim
surge aqui bela ocasião
para o povo dizer sim
e que volte o mensalão
Pois só a básica cesta
já não é mais suficiente
o povo sabe-se não é besta
quer é a batata quente
O mínimo virou fantasia
para se viver condigno
Lula se o tivesse daria
só pra espantar o maligno?
De Monay me abandonou
deixando o barco à deriva
Amir Klink sei bem que remou
mas consigo levou a Nativa
Da Morena não ouvi mais prece
acho que por pura falta de siso
ela, que o maligno obedece,
e ao fra(u)de nega o Sorriso?
PerseGuída com suas costuras
vai demais a Araçatuba
me cochicham as sumas alturas:
ali tem gato na tuba
Sumida também a baiana musa
poeticamente Sandra Flor
de saúde ela abunda e abusa
que demole o Salvador
Com o braço inda na tipóia
retoma cá sua atividade
Hullcita de Tesouro, a jóia
mas ciosa da castidade
A angolanamibe Teca
não fosse seu ousado decote
eu fá-la-ia levantar a peteca
e a cobriria com meu capote
Das laboriosas ovelhas
volto a citar a fiel Ceozinho
de quem puxarei as orelhas
pra me servir gaúcho vinho
De Nanda já não posso falar
devido seu gesto profano
onde se viu postergar
sua nova ida ao Vaticano?
Pois que ela saiba bem
que minhas puídas batinas
com pouco me deixam sem
decência pra orar as matinas
A magistral poetisa
que de corações é gatuna
de dura penitência precisa
pra voar comigo pela PLUNA
Um antro virou o Recanto
em meio a tanta concupiscência
farei açoite de pau-santo
pra lhes cobrar penitência
O fino inglês de Verbena
fá-la-a minha Embaixadora
naquele país que condena
e que precisa de boa vassoura
Renovo minha pregação
pra expurgar o facurismo
que é a mais vil tradução
da luxúria no podantismo
Eu já disse que é pecado
venerear pés de mulher
o que é mesmo ah, bem suado
é o polvilho granado, se ela quer
Wramos com seus passarinhos
vai atraindo todas poetisa
que, mimosas, fazem biquinhos
e isso o Criador exorciza
A mulher é volúvel demais
e por uma qualquer coisinha
se alia ao folgado sacanás
e se esquece até da cozinha
O cajado continua
à espera de lustração
mas com gente indo pra rua
o que se esperma é mais turbação.
Embora virtuosa e pia, de Monay se rebela contra os ditames e arames do frei, condenando-lhe certos atos. Nada obstante, reafirma sua disposição de lhe lustrar o sacro cetro:
De Monay encontrou um santo\
Que sempre a apoquentou\
E pra todo esse seu espanto:\
Foi que o vento a levou\
Não quero mais saber de ladainha\
Tão pouco pegar no seu rosário\
Quero mais é levantar a sainha\
E o resto cê põe na conta do vigário\
Esse teu jeito reprovador\
Ainda há de te embaçar\
Pois és tanto pecador\
Que um dia o boi é que vai te enlaçar\
Pare já com tanta lamentação\
Já que o carnaval chegou\
Vamos para o barracão\
E lá faremos até um gol\
Do seu cajado, eu dou conta\
Lustro bem o firme madeiro\
Embora porraí ele só apronta\
E é bem mal falado nesse (p)outeiro\
Não sigo mais essa tua messe\
Que dá canseira demais\
E isso ninguém merece!\
Prefiro acertar as contas com o sacanás\