Frei Dimão ressurge, colérico
Digo, porreles que seja,
há que se valorar a prece
ela sempre é benfazeja
à medida que a erva cresce
Cansei-me de alertar o mundo
sobre os males da perdição
não largo o escapulário um segundo
pra cortar do maligno a ação
E se mais corte puder
desse insidioso fazer
não será saia de mulher
que deve tudo esconder
Já se cansaram as ovelhas
dessa tão insana porfia
orelhas, têm-nas vermelhas
com a pulga que as desafia
Vou fazer-lhes u´a proposta
que espero seja do agrado
quem porventura pisa na josta
só pode espalhar o pecado
A proposta é a seguinte
que vou afixar nos postes
se o Leonardo da Vinci
dou trinta até Pentelhostes
Sumiu, contudo, Nandinha
ela que tinha minhas rotinas
me entretendo na cozinhas
enquanto me passa as batinas
Kathie que do círio cuidava
de repente, escafedeu
o Nepal dela já cobrava
o dízimo que pro-meteu
Também assaz sumida
anda a musa de Três Lagoas
de costura, diz-se, sentida
mas no fundo ela faz das boas
E que notícias haverá
da aliciante Sandra Flor
por certo se esbaldará
sob aquele céu, seu Salvador
Hullcita um tempo pediu
para o ombro re-ajeitar
mas o tempo já se esvaiu
um Hulltimato vou lhe dar
A inspirada Hagá Luna
só deixou seu estilo austero
pra por os pés sobre a duna
e ali dançar um bolero
Também anda a Xerezinha
que com seus versos seduz
distante da reza minha
pois seu negócio é Jeus
Há também u´a moça roceira
que me veio pedir a bênção
queria-a, assim, por inteira
mas não é o que ocês pensam
A trânsfuga poeta Malu
de suas virtudes usa e abusa
não quer mais nosso angu
eivada na lusa tusa
E kellendária donzela
eu deixei por mim passar
no escurinho da capela
sua fé não logrei apertar
Desde que pintou o mote
da suave musa angolana
eu proibi todo decote
que sus peito ser coisa profana
Ergo bem alto o cajado
para p´lo bem admoestar
se ele pegar refriado
este prelado não pode obrar
De Monay, que tanto obra e ora, abre sua posição agora, ganha perdão na hora, e enternece o rijo bastão do frei ancião:
E vamos por assim orando\
Até que o diabo se escafeda\
Porque isso é coisa do imundo\
Subindo feito labareda\
Conte bem as continhas\
Uma por uma...\
Cada bolotinha...\
Cuidado que o demo também fuma\
A minha saia até levanto\
E mostro bem os tornozelos\
Tudo pra esse quebranto\
Que por ti tenho tamanho zelo\
Nas minhas orelhas? Só brincos\
Talvez bem vermelhas\
Desse teu pito\
Porquanto enfim: ajoelhas\
Meus pés só pisam na terra\
De chinelinhos Hawaianas\
Na praia e na Serra\
Ando assim toda bacana\
Proposta mais indecente\
Tem vergonha, não?\
Mais fácil galinha criar dente\
Do que aceitar essa confissão\
Tadinha da Nanda\
Comeu o pão que demo amassou\
Tá com olhar de panda\
Pelo caos que você formou\
Kathie está mui afastada\
Tu sumiste de sua escrivaninha\
Mas cuida do teu círio com' penetrada\
Tamanho carinho pela tua vinha\
Erga esse teu madeiro duro\
Mostre que tens a força\
feito He-Man no escuro\
Diante de todas as moças\