O GUARDIÃO DO MOSTEIRO
Num mosteiro certa vez
Faleceu o guardião.
Dessa forma, ao grande mestre
Caberia a decisão
De indicar um novo monge
Para assumir a função.
.
Fez ele a convocação
De todo o discipulado
A fim de escolher aquele
Que fosse o mais preparado
Para fazer as tarefas
Do posto desocupado.
.
Conforme foi combinado,
Reuniu-se aquela gente.
Usando a palavra o mestre
Avisou serenamente:
"Vou propor um desafio.
Escutem atentamente!"
.
Um vaso caro, imponente,
O mestre pôs numa mesa.
Era raro e possuía
Uma singular beleza.
Dentro dele, a rosa branca
Dava um toque de pureza.
.
E qual não foi a surpresa
Do grupo ali reunido
Quando o mestre revelou:
"O problema referido
É este (aponta pro vaso)
E deve ser resolvido."
.
"Será o meu escolhido
Aquele que for certeiro
E para o problema dado
Achar solução primeiro."
Todos ficam intrigados
Com o líder do mosteiro...
.
Um tesouro verdadeiro
Seria o vaso, afinal.
"Que mistério cerca o mesmo?"
Foi a pergunta geral.
Até questionaram se
Seu mestre estava normal.
.
O silêncio inicial
Deu lugar à cochichada.
De repente, um dos discípulos,
Sacando de sua espada,
Quebrou o vaso em questão,
Deixando a turma abismada.
.
Disse o mestre: "camarada
Parabéns, é meu eleito.
Com essa sua atitude,
De fato, estou satisfeito
Porque problema é problema
E você deu nele um jeito."
.
"É preciso mesmo peito
Pra destruir o que for.
Seja belo, raro ou nobre
Ou tenha muito valor.
Se necessário, inclusive,
O que foi um grande amor."
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* Adaptação de parábola