Frei Dimão fala dos dissabores da vida mundana
Se o jugo do Pai é suave
uma coisa me alucina
já não sei o que é mais grave
se sem matina, ou sem batina
Minhas vestes se amontoam
sem que surja uma alma pia
as horas, céleres, voam
e a nudez só me arrepia
Nanda me trouxe uns bordados
paramentos no fim de ano
mas eles já estão borrados
de tanto eu entrar pelo (Vati)cano
Kathie na mata se meteu
pelos lados da Vargem Grande
e se o lobo mau não a Romeu
prepúcio segurou a glande
Por sinal, mui perseGuída
me vem nova de Araçatuba
tem ovelhinha perdida
querendo lá fazer suruba
Kellendária museta
quando mal se descalçou
Facuri lhe disparou a seta
e ela não mais cá pintou
Recorri à tábua do Wramos
que, de regra, se banqueteia
mas lá hoje em jejum oramos
a crise da carne tá feia
A doce musa de Tesouro
a outro credo se converteu
Hulltimando seu desdouro
pelo que lhe digo eu
HLuna é puro mistério
mas verdade que corrói
da poesia é seu império
se o dedinho não tá dodói
Vou oficiar ao Criador
pra por ordem neste Recanto
tem gente cá de valor
porém mais nenhum santo
Isto aqui já foi bom
a ponto de ser perder o juízo
morderam o falso bombom
e se perdeu assim o paraíso
Sempre contra a flertação
eu ameaço com peni(s)tência
e ao namoro de portão
eu proíbo com toda veemência
E ai daquele que for
pilhado ao arrebol
achando que faz amor
com amigas/espigas no paiol
Aos ditos homo-aflitivos
digo algo que lhes consola
procurem os lenitivos
co´Inácio, (não o Luís), mas o de Boyola
A boa bispa Franciléia
comigo partilha oração
vamos juntos pra Galiléia
pra levantar arrecadação
Um bom lote de toalhinhas
a gente lá vai levar
e vão voltar benzidinhas
pra mais milagre enxugar
Deixarei cá meu cajado
aos cuidados de virgem donzela
ele anda muito envergado
contudo inda deixa sequela
A virginal Kathie se compadece do combalido frei, e o consola, como pela sua fé, se imola - e na jaca, o pé atola:
Melhor ficar pelado\
E deixar-se levar a Hono... lulu\
Copie o sumo p(r)elado\
Ou fique intocado feito tatu\
Tuas vestes não tem mais jeito\
Só comprando outras novas\
E você pensa que é de direito\
Por a todos nessa prova\
A pobre Nanda não te aguenta\
Tantaos puns que tu rompeste\
Estragando as batinas bentas\
E agora é nada que se preste\
Dessa nem falo nada\
Vive pelos matos e águas afora\
Topou com um peixe-espada\
Está entendida a sua demora\
Guida se diverte como pode\
Deixe a ovelhinha em paz\
Pare com essa mania de 'sacode'
Ou eu chamo o sacanas\
O Criador está saturado\
Ora um, ora outro entubado\
Não deixe o Pai mais irado\
E continuemos no nosso bardo\
Os homo saíram do armário\
Estão todos muito bem\
Jogam bola com o Romário\
E a bolinha vai e vem...\
Colha tudo que puder\
Traga as quantias\
E daqui oro se (f)puder\
Para essa serventia\
Traga bastante toalhinhas\
Que preciso me penitenciar\
Vou fazer até trouxinhas\
Para o frei me setenciar\
Teu cajado eu dou conta\
Faço valer toda a dura...ação\
E pra esse frei que só ap(r)onta\
Estico-lhe bem a extensão\
Ana Paiva, embora a prudente distância, simpatiza-se com o pobre religi(g)oso, e até faz menção duma acolhida calorosa:
Quietinha aqui fico de longe/
Espero pra ver no que vai dar/
Pra onde vou ,onde/
Espero você se acalmar/
Espero seus poemas suavisar/Q
quem sabe...pode entrar em meu lar/