COSME DE FARIAS
SÉRIE FIGURAS DA BAHIA
Ao Dr. Cosme de Farias - In Memoriam
Na Rua da Independência, próximo à Baixa dos Sapateiros, morava "o advogado dos pobres", Cosme de Farias, isso lá pelos anos 1940 - 1950 - 1960, na cidade de Salvador da Bahia. Depois na Quinta das Beatas, que recebeu o seu nome bairro Cosme de Farias
Época romântica, dos bondes elétricos, dos cinemas Jandaia, Pax, Aliança, Popular, Santo Antonio, Excelsior, Glória, Art, Liceu, Guarany...
Êle gostava de vestir-se de branco, magrinho, 1,60 m. de altura. Quando se dirigia ao Forum Rui Barbosa para cumprir sua missão de Advogado em defesa dos menos favorecidos, usava mini-fraque, cartola e bengala.
Não era formado em Direito, mas exercia a profissão por provisão especial, concedida pela Justiça da Bahia.
E assim, cumpria a sua missão, o seu desiderato...
Era um cidadão admiravel. Via-o desfilando pelas ruas, junto às autoridades em festas importantes, no 7 de setembro e no 2 de julho, nas comemorações da nossa independência...
Foi fundador da 'Liga Bahiana Contra o Analfabetismo' à qual deu toda a sua energia, até a sua morte, por acreditar que a 'escuridão' cognitiva impede a comunicação, a compreensão dos fatos e das coisas, além de trazer desigualdades sociais que tornam-se feridas incuráveis e obstrução ao desenvolvimento, e à qualidade de vida de um povo!
O povo de Salvador coferiu-lhe alguns mandatos parlamentares na Câmara Municipal da soterópolis, onde sempre se houve muito bem, em favor das causas sociais, principalmente da educação e dos direitos humanos!
Sóbrio, garboso e simples. Amado por todos.
Assim foi o grande baiano Cosme de Farias...
É uma figura que honra a nossa história...
COSME DE FARIAS
Lá vai Cosme de Farias
Com a cabeça toda branca
Visitar nas celas frias
Sua clientela franca...
Vestido de mini-fraque
No Juri foi campeão
Não recorria ao ataque
Visando a absolvição...
Sempre muito empenhado
pelos pobres, excluídos,
O melhor advogado
Defendendo os desvalidos...
Morava na "Independência"
Bem no centro da cidade
Pródigo em fé e clemência
Combateu a desigualdade...
O conheci bem velhinho
Cartola, fraque e bengala
Nas ruas do Pelourinho
Aconselhando com a fala...
Defensor Provisionado
Pela pobreza endeusado
Desprovido de vaidade...
Um homem magro e baixinho
Que concentrava o carinho
De toda a comunidade...