Cuidado com o ZAP-ZAP!

As pessoas de hoje em dia

Precisam fazer checape

Tá todo mundo ligado

Nesse tal de zap-zap

Homem, menino, mulher

Não tem cristão que escape.

A mulher não fala mais

Com a filha, nem o esposo

Só vive passando o dedo

Num lugar bem mais gostoso

A tela do celular

Mas isso é perigoso.

O namoro de hoje em dia

Virou grande confusão

Um passa o dedo pra cá

Com o celular na mão

O outro só na dedada

Se esquece do amorzão.

01

Outro dia um casal

Passou na televisão

Teve as vidas separadas

Por conta do Ricardão

A mulher aqui no Brasil

E o urso lá no Japão.

É melhor bater um papo

Através do celular

Digitar é bem melhor

Do que pensar e falar

Por isso que o zap-zap

Veio mesmo pra ficar.

Na sala de aula o danado

Só faz nos atrapalhar

O aluno não estuda

Leva a vida a teclar

Deixa de fazer tarefas

Pra mexer no celular.

02

Pois não conversam, não falam

Só vivem no zap-zap

Tá todo mundo ligado

De Cupira a Maranguape

Esse diabo, hoje em dia

Virou válvula de escape.

Lá na praça a moçada

Ao invés de paquerar

Ficam dando as dedadas

Nas teclas do celular

O namoro é virtual

Um aqui, o outro lá.

Pai não conversa com filho

É grande a separação

O zap-zap provoca

Família sem união

Um aqui o outro ali

O celular sempre à mão.

03

A casa vive imunda

A geladeira vazia

A mulher no zap-zap

Não liga para a família

O danado assoviando

Credo em cruz, ave Maria.

As pessoas não se unem

Cada vez mais separadas

Só vivem no zap-zap

Dando as suas cutucadas

A vergonha, a lealdade

Por muitos, são desprezadas.

Agora o povo se encontra

No zap-zap falado

Namora pelo Skype,

Pelo Face, é chifrado

Via SMS

O namoro é acabado.

04

Daqui a alguns anos vão

Via Bluetooth casar

Fazer filho via Pen-drive

Na net, se acasalar

E o filho que vai nascer

Na impressora, virar.

A foto, no zap-zap

Virou fato abstrato

Agora se chama selfie

Tirar um autorretrato

Todo mundo faz sua pose

Todo mundo vira astro.

É o amigo morrendo

E o outro só filmando

Não socorre, não faz nada

No zap-zap mostrando

Morre o pai ou morre a mãe

E ele não tá ligando.

05

A nossa amiga Joana

Professora maluquete

Colocou no zap-zap

Mulher fazendo boquete

Restegue sendo feliz

Foi a frase de manchete.

Professora maluquinha

Separou do maridão

Pois só vive no zap-zap

Deixando o pobre na mão

De tanto ele reclamar

Deixou-o na sofridão.

Mulher rica sai pelada

Na Playboy, no Paparazzo

Mulher pobre sai pelada

É um tremendo descaso

No zap-zap se expõe

Pensando que é um arraso.

06

Desse jeito o zap-zap

A Playboy vai desbancar

Fotos e vídeos de sexo

Pra se ver, compartilhar

De graça, bem produzido

Para quem quiser olhar.

Um amigo meu me disse

De forma bem natural

A net é um prostíbulo

Virou um prazer carnal

Agora esse zap-zap

É cabaré virtual.

Restegue curtindo a vida

Na praia com a família

Foi o que ela pôs no face

A nossa amiga Cecília

E o ladrão sendo feliz

Na casa fez a vigília.

07

O corno leva uma gaia

E mostra a mulher gaiêra

Botando os cornos nele

É vergonha, é zuera

Mas ele quer ser feliz

Famoso na vila inteira.

Deus criou o casamento

O diabo o zap-zap

Que acaba os relacionamentos

Não há chifrudo que escape

Pois tudo está lá exposto

Compartilhe ou dê backup.

Cuidado com o zap-zap

Se não muito vai sofrer

Pois ele te denuncia

E não vai poupar você

Não poste nada de errado

Pra depois se arrepender!

08

Carlinhos Cordel

Cupira, 1.º de janeiro de 2015.

Carlinhos Cordel
Enviado por Carlinhos Cordel em 02/01/2015
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