Boto a Viola no Saco Cadeado é Sempre nó
Minha cidade é Campina
Paraíba é meu estado
Meu bairro é bem arejado
Minha casa'é de esquina
Aqui, galo de campina
Canta mais que curió
A raposa, veja só
Pula mais do que macaco
BOTO A VIOLA NO SACO
CADEADO É SEMPRE NÓ.
É bem firme o meu andar
Minhas passadas, seguras
Minhas pernas, meio duras
Devido'o meu caminhar
Eu fui, mas não pra ficar
Na cidade Mossoró
Eu vi lá sal virar pó
De sal, ganhei um bisaco.
BOTO A VIOLA NO SACO
CADEADO É SEMPRE NÓ.
Depois que eu ganhei o sal
Nunca mais comi ensosso
No jantar nem no almoço
Porém muito sal faz mal
Pois a pressão arterial
Pode passar do gogó
Na crise, surge'o suor
Podemos ir pro buraco
BOTO A VIOLA NO SACO
CADEADO É SEMPRE NÓ.
Não dou moral ao imundo
Minha palavra'é um tiro
Às vezes eu dou um giro
Para ver girar o mundo
Vou, mas volto n'um segundo
A minha arma é um cipó
D'uma pedra eu faço mó
É de couro'o meu casaco
BOTO A VIOLA NO SACO
CADEADO É SEMPRE NÓ.
Esforço'aqui tô fazendo
Pra comprar uma fazenda
Que há dias está à venda
E todo mundo está vendo
Tanto compro, quanto vendo
Pode ser no Cafundó
Um dos conselhos da vó:
Bote limão no sovaco
BOTO A VIOLA NO SACO
CADEADO É SEMPRE NÓ.
Meu carro não tem tração
E nem tão pouco capô
Funciona sem motor
Não causa poluição
Pois o meu carro'é de mão
Eu ganhei da bisavó
só vivia de cocó
Não vivia sem tabaco
BOTO A VIOLA NO SACO
CADEADO É SEMPRE NÓ.
Casei com minha mulher
Que também casou comigo
Só coisas boas lhe digo
Ela não diz o que quer
Tava tomando café
E sujou meu paletó
Ela já teve'um mocó
Cujo nome'era Pitaco
BOTO A VIOLA NO SACO
CADEADO É SEMPRE NÓ.
Nunca perdi a'esperança
É ela'última que morre
Ela sempre me socorre
Quem espera sempre'alcança
Mas quem não espera, dança
Mas não, dança carimbó
E nem tão pouco forró
O daqui nunca foi fraco
BOTO A VIOLA NO SACO
CADEADO É SEMPRE NÓ.