CORDEL – Mote – De sua melhor amiga – Lica fisgou o marido - 28.09.2014
 
Amigas desde os áureos tempos das escolas primária e secundária, Lica e Vera casaram com dois rapazes da alta sociedade, (Lica com Paulo, Vera com Edson), de educação exemplar, ambos formados em Direito. Eram tão amigos que quase sempre compareciam às mesmas festas, baladas, motéis, jogos, cinema e outros divertimentos. A amizade era mesmo muito forte. A confiança era total de ambos os lados. Quem os visse de fora poderia até pensar que ali existia mesmo era uma troca de casais, notadamente pela intimidade que cada qual demonstrava no trato diário. A verdade é que a Vera dormiu no ponto, e a Lica, que era mais bonita e gostosa, terminou por fisgar o marido dela... Mas como terminou tudo isso?
 
 
CORDEL – Mote – De sua melhor amiga – Lica fisgou o marido - 28.09.2014
 
Cuidado com amizade
Confiar é coisa séria
Pois vemos calamidade
Não se trata de pilhéria
Essa coisa é bem antiga
O rapaz comprometido
De sua melhor amiga
Lica fisgou o marido
II
Escondeu de todo mundo
Foi difícil de guardar
Segredo muito profundo
Que nunca quis revelar
Pois não gostava de intriga
E fez tudo escondido
De sua melhor amiga
Lica fisgou o marido
III
No início tudo bem
Ela nem desconfiava
Nunca falou a ninguém
Só porque dele gostava
O sujeito bom de briga
Mas não queria alarido
De sua melhor amiga
Lica fisgou o marido
IV
O cara muito bonito
Esnobava na cidade
Causava muito conflito
Desde sua mocidade
E quando a mulher fustiga
Um sujeito tão sabido
De sua melhor amiga
Lica fisgou o marido
V
Pois assim aconteceu
Com a coitada da Vera
Num vacilo que ela deu
Perdeu seu amor, já era,
É sempre aquela cantiga
Dum amor desassistido
De sua melhor amiga
Lica fisgou o marido
VI
O Edson um garanhão
Que não dormia no ponto
E sempre passava a mão
Até quando estava tonto
Adorava rapariga
Um negócio sem sentido
De sua melhor amiga
Lica fisgou o marido
VII
E foi numa discoteca
Ao retocar a pintura
Que caiu sua peteca
Por ausência de lisura
Mulher besta da bexiga
Seu esposo entristecido
De sua melhor amiga
Lica fisgou seu marido
VIII
E na ausência dançaram
Edson abraçando a Lica
Ali mesmo eles roçaram
E começou a futrica
Então disse ela castiga
O Paulo está escondido
De sua melhor amiga
Lica fisgou o marido
IX
E naquele rela, rela,
Ambos logo se excitaram
E queriam fazer trela
Dali então se afastaram
Foram pra baixo da viga
Num querer tão incontido
De sua melhor amiga
Lica fisgou seu marido
X
De repente se ajeitaram
Ali bem escondidinhos
Tanto que nem se esforçaram
Pois estavam molhadinhos
Cara gostoso da figa
Tremia e dava gemido
De sua melhor amiga
Lica fisgou seu marido
XI
A dança continuava
No ritmo que queriam
Ela bem que requebrava
De prazer os dois sorriam
Se tá gostando não diga
Disse Edson pervertido
De sua melhor amiga
Lica fisgou seu marido
XII
Quando a Verinha voltou
Com o Paulo do seu lado
Amigos não encontrou
Nem sabiam do pecado
E com sinais de fadiga
Cada qual já combalido
De sua melhor amiga
Lica fisgou o marido
XIII
É que eles bem sabidos
Também fizeram das suas
Estavam espavoridos
De manhã já deram duas
Não magra como lombriga
Sem intuito precavido
De sua melhor amiga
Lica fisgou seu marido
XIV
Mas veja que enrolada
A Verinha provocou
Enfrentou uma parada
Quando seu Paulo levou
É claro que Deus castiga
Com ele bem comovido
De sua melhor amiga
Lica fisgou o marido
XV
Mas pra falar a verdade
O Edson e sua gostosa
Com toda sinceridade
Continuaram na prosa
Procurando mais guarida
Num motel bem colorido
De sua melhor amiga
Lica fisgou o marido
XVI
Vizinho da discoteca
Um local apaixonante
Lancharam uma bisteca
Ficaram alucinantes
Logo o casal se religa
Pra isso bem decidido
De sua melhor amiga
Lica fisgou seu marido
XVII
E com carinho geral
Um mar de felicidade
De posições sem igual
E com muita agilidade
Naquela feliz cantiga
O Edson extrovertido
De sua melhor amiga
Lica fisgou seu marido
XVIII
Quando a Vera os procurou
La dentro da discoteca
Claro que não os achou
Com liberdade se peca
E rumou embevecida
Levando seu atrevido
De sua melhor amiga
Lica fisgou o marido
XIX
Entraram no tal motel
O único que lá havia
Numa vingança cruel
Passar o resto do dia
Parecendo uma formiga
Mordia o enlouquecido
De sua melhor amiga
Lica fisgou seu marido
XX
E foi com muita surpresa
Ao ver seu carro alojado
A Verinha ficou tesa
Bando de cabra safado
A traição é antiga
É assunto definido
De sua melhor amiga
Lica fisgou o marido
XXI
O homem que a Lica gava
Até da cama caiu
Por essa não esperava
Vá pra puta que o pariu
Foi quando ainda despida
Armou barraco atrevido
De sua melhor amiga
Lica fisgou o marido
XXII
Porém naquele espetáculo
Num alvoroço geral
Quero ver quem é o másculo
Que não se sinta tão mal
Verinha desmilinguida
E seu macho entristecido
De sua melhor amiga
Lica fisgou o marido
XXIII
E na porta foi bater
Forçando sua abertura
É só vendo para crer
Essa nobre criatura
Vera disse-lhe prossiga
Safado é só apelido
De sua melhor amiga
Lica fisgou o marido
XXIV
Então a Lica apelou
Vamos experimentar
Uma suruba de amor
Por que então não tentar
Disse a Vera possuída
A proposta tem sentido
De sua melhor amiga
Lica fisgou o marido
XXV
O Paulo não aguentava
A Verinha o derrubou
Lá num canto vomitava
A cachaça que tomou
Ficaram só três na briga
O Edson já tão querido
De sua melhor amiga
Lica fisgou o marido
XXVI
Dono da situação
Ele assumiu a parada
Agora sem confusão
Sabia não dava em nada
Empurrou com a barriga
O bilau enfurecido
De sua melhor amiga
A Lica fisgou seu marido
XXVII
As duas foram pra cima
Carinho sem precedente
Assim mudou todo o clima
Numa proposta indecente
E naquele pare e siga
Na disputa do comprido
De sua melhor amiga
A Lica fisgou o marido
XXVIII
Até então que cansaram
De tanto sexo fazer
Entretanto não cuidaram
Não souberam precaver
Quem pra cuidado não liga
Isso que é descabido
De sua melhor amiga
A Lica fisgou o marido
XXIX
Mas a Vera fez o mesmo
Mostrou a sua pujança
Pagando no mesmo termo
Fazendo aquela aliança
Esperando que consiga
Acordo bem enrustido
De sua melhor amiga
A Lica fisgou o marido
XXX
Mas no final da história
O que as duas ganharam
Não pode chamar de glória
Porque elas emprenharam
Cada qual que se mendiga
De bucho já bem crescido
De sua melhor amiga
A Lica fisgou o marido
XXXI
Por isso não recomendo
Ninguém trair a mulher
E disso não me arrependo
Nem se a amiga quiser
Pois carrego minha figa
Com meu querer incontido
De sua melhor amiga
A Lica fisgou o marido
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Ansilgus
 
Nota: Qualquer semelhança ocorrida com gente viva ou morta será mera coincidência.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ansilgus
Enviado por ansilgus em 15/12/2014
Código do texto: T5070165
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