Parentes escolhidos

Sou um dos filhos de Chico

Se não de arte e criação

Genealógica ou genética

De legado dado à mão

Ou ao menos veia poética

Me considero mais rico

Por entender sua estética

Eu sou irmão de Caetano

Desse histórico melódico

Do frescor das abordagens

Do teor hippie caótico

Da passagem pelos anos

Desse espírito baiano

Livre e leve cor dos trópicos

Tenho o Gil do outro lado

Rítmico perfeccionista

Canta e arranja frevo e fado

Com jeito tropicalista

Encarnando criticamente

As linguagens das correntes

Nos temas que ele visita

O João Bosco me orgulha

Com as suas harmonias

Crônicas vivas na agulha

Pontas que a vida lhe afia

Preto ouro esquina evento

Épica voz felizes dias

Que ouço o Milton Nascimento

O sul se eterniza e diz

A que veio sua madrinha

Absoluta Ellis

Técnica e força que se tinha

Se o ideal é imperfeito

Eu seria o sujeito

E ela mãe, mulher, rainha

Há que família que eu tenho

Que só cria o que é bom

Zizi, Marisa, a Marrom...

Cássia, Tim, Lenine e Tom

Gonzaguinha, Alceu, Lulu,

Legião e Para-lamas

Titãs, Capital, Pato Fu

Primos mais novos perdoem

Seus nomes não estarem aqui

As Anas não se magoem

Ritas, Luizas, não esqueci

É que as Fafás e as Betânias

As Ro-ros e as Simones

Marinam e limam o nariz