Frei Dimão dá a Kathie as chaves do paraiso

Mal começa a quinta-feira

toda a verdade se alinha:

evita a matinal macaxeira

antes de orar a lad(r)ainha

Soube que andaste em balada

sapateando com um tal Soriano

pela cantoria foste coxeada

p´lo sertanejo Caetano

Com Zezé não deves brincar

que fica amargo pra chuchu

alguém pode denunciar

e vais parar nas mãos de Zilu

Corre já pro confessionário

e vem contar tuas trapaças

falhaste no debulhar do rosário

e agora procuras as graças

Não sei se te posso redimir

dando-te minha absolvição

já que deste a comprimir

sem soutien, teu lindo peitão

Dar-te-ei uma penitência

que ao cabo tua alma alegra

evitarás toda indecência

que sangre, isto é de regra

Uma boa dura levarás

enquanto desfazes teu leito

de Lu, truques aprenderás

para no Keith dar jeito

Se com o Mick ela teve sucesso

não haverá dificuldade

mesmo um baixista possesso

almeja tua castidade

Ao mais celestial delírio

prometo um dia te levar

basta que me acendas o círio

que se derrete, sempre a jorrar

De ti far-te-ei altar

pra celebrar a virgindade

de ti, eremita exemplar

além de assistente de frade

Quanto ao matinal regar

cuida bem das tuas plantinhas

mas bem antes da gata miar

lá capinarei as graminhas

Evita assim toda exposição

e nada de balada frequentar

o que lá tem de canastrão

faz corar até o Altemar

E para o caminho do céu

está o trajeto traçado

levantarás o teu véu

enquanto me beijas o cajado

E na rota de Compostela

pararemos em todo bosteiro

sem entrar em qualquer esporrela

gozarás primo, e derradeiro

Kathie kathiva o frei, proclamando-se membra (y muy hembra) de sua grei:

Macaxeira, como adoro!\\

É tão grossa e macia\\

Ainda assim eu oro\\

Pra não cai na monotonia\\

Sapatear me faz bem\\

Fico leve e compassada\\

Até o Aistaire me convem\\

Me rala de leve mas fico assada\\

Brinco com Zezé faz tempo//

E tudo fica docinho e gostoso//

Nenhum amargo a contento//

E a tal Zilu não é o estorvo//

Confessarei toda a trapaça//

Falarei também de um tal frei//

Que me fez mil pirraças//

Só porque não empurrei//

Por isso sou peitudinha\\

Mas não me aperto com o seu Tião\\

Só o frei com a sua homilia\\

Fala na língua desse quinhão\\

Dá-me então essa peni(s)tência\\

Que quero me redimir bem santa\\

Mas não venha com tua violência\\

Ainda que seja tanta sanha\\

Adoro levar duras para bem aprender//

Regozijo como boa e fiel santa//

Quero na genuflexão me moer//

E depois chupar picolé de fanta//

Prefiro um saxofonista\\

Gosto do solo sensual\\

Depois procuro um baterista\\

Para dar-me bem no pau\\

Acenderei o grosso círio//

E rezarei contrita no altar//

Até derreter-me no de... lírio//

Na hora do meu celestial deleitar//

Minha virgindade é marca impressa\\

E exemplar freira, sempre serei\\

Mas na hora da pressa\\

Com o frei me fartarei\\

Das minhas graminhas eu cuido\\

Deixe de ser enxerido\\

Não há de se ver o descuido\\

Com que mostro o r(é)go sem nehum alarido\\

Nunca deixei me levar\\

A tanta exposição\\

Se bem que, se quiseres me tomar\\

Me leve pela tua santa mão\\

Teu cajado será beijado e lambido\\

Porquanto sou essa fiel ovelha\\

Levantarei meu véu... e cala teu bico\\

E vamos para o céu até de esguelha\\

Gozarei primeiro com os sumo prelados\\

E depois te chamarei o para o antro\\

Fiques atento, e logo pelado\\

Que de ti proclamarei o mais santo\\

(Que desse bosteiro/

Somos herdeiros)/

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 11/12/2014
Reeditado em 11/12/2014
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