Frei Dimão aconselha Kathie
Na noite que co´o Batista passaste
não o cantor, mas o empresário
por certo que muito pecaste
enquanto eu desfiava o rosário
Como no testamento velho
arriscas ir pra masmorra
seguindo outro evangelho
e curtindo a vida em Gomorra
Traz-me logo o castiçal
para que aí eu finque a vela
depois como sacra vestal
vê se me rela e me fela
Esse teu duro sacrifício
terá divina compensação
rezando meu sacro ofício
em diuturno plantão
Na depravada Sodoma
onde entraste em plena folia
melhor se fosse uma redoma
pra livrar-te da sodomia
E como espalhas feitiço
por onde pisam teus pés
cuida bem te meu roliço
o cajado, de seis pés
Soube que a Aécio apoiaste
no curso da última eleição
co´os burros n´água entraste
quando o placar deu Dilmão
U´a rigorosa peni(s)tência
impõe-se que ora eu te aplique
mandando tua concupiscência
lá pralém de Xique-Xique
Hoje sei que inda não oraste
cuidando de teu jardim
mas ao menos, bem jejuaste
aparando o enrolado capim
E se uma vez mais ocorrer
uma tua queixa ao bispo
aqui nem vou prometer:
e o mais certo é que te dispo
Orando pro Padim Ciço
todas bênçãos te derramar
fazendo com que teu viço
se abra em copas no altar
Teus vestidos sem manga
por mim são reprovados
é colérica minha zanga
vendo em ti tantos pecados
Sei que tens no Recanto
muita gente que te defenda
eu, contudo, nu e no entanto,
quero proteger tua fenda
Louvando tua castidade
em aberto como no recinto
farei como todo bom frade
cingir-te com meu cinto
E se ousas olhar pra trás
estátua viras de sal
pois lá tá o Sacanás
louco pra mostrar-te o mal...
Se me trazes teu tsuru
para dele eu bem cuidar
partindo pra Kathmandu
muito tabu vais quebrar
Mas em meu galinheiro
eu te proíbo entrar
há pinto lá, no poleiro
louco pra te esporrear...
De Monay, um modelo de piedade, em todo quesito, cumpre o rito, e acende o frade:
Só dei uma escapadinha\\
Não me leve a mal\\
Sabe que sou a sua filhinha\\
E pra rezar contigo, vim lá do Nepal\\
Vamos nos balançar na gangorra?\\
Eu subo e desço sem parar\\
Por cima de ti nessa pachorra\\
Parraquê nos apressar?\\
Tua vela eu fincarei//
Até que vaze bem a cera//
Mas antes rezarei//
Pra que essa prece que se enterra//
Adoro toda a dureza do ato\\
E por fim, é o gozo celestial\\
E do frei bem sei o fato\\
E um tanto quanto fenomenal\\
E é na folia que me regozijo\\
Perante o altar do frei Dimão\\
Que é pontudo e grande rijo\\
Parece até um fodilhão\\
Cuidarei desse lindo roliço\\
Donde rezo com fervor\\
E assim farei catiço\\
Ajoelhada no louvor\\
Nada de eleição\\
Pois o meu voto foste teu\\
E na tal da predileção\\
Eu apostei foi no Romeu\\
Tua peni(s)tência me agrada\\
Pois fica com ares de durão\\
Dá-me logo essa sagrada\\
Posto que sinto até comichão\\
Raspei todo o enroladinho//
Visto que sei apará-lo como ninguém//
Dei até uma tesourada no anjinho//
Que queria me fazer de refém//
Então correrei ao bispo\\
Farei queixumes até bem tarde\\
E depois soltarei o teu bicho\\
Que ele muito me arde\\
Abrirei-me até nas madrugas\\
Orando e meditando no altar\\
E você irá matando as pulgas\\
E bem depois irei te entronizar\\
É que sou muito calorenta\\
E preciso ficar fresquinha\\
Mas não me faça comer tua polenta\\
Senão ficarei bem peladinha\\
E nem quero nenhuma renda//
Não quero cobrir a fenda//
Mas não quero ser lenda//
Quero que tu me 'fendas'//
Louva-me meu bom santo\\
Dá-me essa tua unção\\
Pra depois eu sentir o tanto\\
minha castidade na tua junção\\
Não virarei o pescoço\\
Senão fico com torcicolo\\
Mas empunharei bem as mãos\\
Dentro do seu ofertótio\\
Cuidas do meu tsuru\\
Se queres que eu me vá\\
Mas me dá bem esse caju\\
Que sinto que vou chupar\\
Entrarei no seu galinheiro\\
e acolherei todos os pintos\\
Sou boa freira, não minto\\
Tudo para sentir o gozoso esporreio\\