Frei Dimão reprime Kathie

Urge que te emendes

neste antro de perdição

e se acaso não me entendes

vai ser babau, pra salvação

Contudo, a salivação

continua a ordem do dia

parto presto pra oração

com ti(go)nua na sacristia

Hoje os votos tu farás

e terás suma felicidade

o primeiro em que entrarás

será justo o da castidade

E se não castigas ao frade

ao bispo sei que o fará

silício temos à vontade

e no mais, Deus-dará

A vela de espermacete

é a luz sacra da aliança

e quem com ela se mete

evita até ter criança

Contudo, que percas não quero

um fiozinho de esperança

e porrisso é que me esmero

em jorrar-te a espermança

Da peni(s)tência não fujas

pois grande importância tem ela

evita assim as ditas sujas

e passe por esta pinguela

No Jordão te batizarei

se lá saltares de finquete

mas lembra bem, avisei

ai de ti, se de paquete

Ao Muro das Lamentações

vou te levar, a seguir

põe em ordem tuas guarnições

que o Pai as há de cerzir

Quanto as inserções no Recanto

recomendo toda a censura

neste antro de tanto espanto

corre solta a picadura

Aproxima-se o horário

de entoares a Ave-Maria

Chupa, pois, a chave do sacrário

que te curará da agonia

E quanto ao meu divino báculo

cabe a ti, o oscular

pois és seu receptáculo

na hora de ah, bem suar.

Obsequiosa, Kathie, segue as admoestações do frade, com zelo e piedade:

É que não aguento e peco\\

Mas quero ser salva\\

É que rola tanto xaveco\\

Que até a minha anágua levanta!\\

Irei a sacristia fazer o oratório\\

E na salivação entrarei com tudo\\

E na hora da jaculação\\

Chamarei o frei pra ir bem fundo\\

Farei votos de castidade\\

Serei a santa do seu andor\\

Pois pra rezar não tem idade\\

Desde que se dê com muito amor\\

Não castigarei ao frade nem o bispo\\

Servirei no 'copusdei' todo o sacrifício\\

E nem adianta vir no corisco\\

Que nem o demo selará tal ofício\\

Essa é a luz que encanta//

Derrete-se até na santa boca//

Como o canto de algum mantra//

Até o estribilhoso ai da louca//

Jorra-se todo, meu santinho//

Nada deixe pra depois//

E depois dá um "sacodezinho"//

Que sempre sobra pra nós dois//

Ajoelho-me aos teus pés\\

E faço a penitência mais pura\\

Mas não chames outros Zés\\

Para mostrar-me a dita dura\\

Batiza-me nessa águas, imploro\\

Pois do Jordão eu as quero\\

Mas não fica de lero-lero\\

E nem imite o quero-quero\\

Prefiro andar furadinha\\

Até a periquita sair\\

Coma toda a canjiquinha\\

Para todo o povo remir\\

Picadura é comigo mesma//

Ai de mim ser mal picada//

Prefiro é deslizar na lesma//

Já que tô empanzinada//

Ohupo até com a Mona Lisa//

Para retirar toda a agonia//

E depois vê se centraliza//

Toda essa idolatria//

Teu báculo, osculo com muita fé//

Deixo-o de molho no colchão//

E depois do nosso abençoado café//

Vamos repetir tudo de montão//

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 28/11/2014
Reeditado em 29/11/2014
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