O vigário
Aqui no agreste tem igreja de branco,
A de preto ainda vão construir,
Enquanto isso tem missa matutina,
E o terreiro acolhe o povão que surgir...
Ouço o vigário a murmurar,
Aquela ladainha,que todo dia as repetia,
E eu pobre vivente, da janela descontente ouvia,
E nunca da memória hei de apagar!
Pense numa figura querida,
Me lembro muito bem,
Lá do terreiro se via todas as casas a visitar,
Agora se prepare meu patrão, para pôr água no feijão!
Oh bichinho pra comer,
Na casa que ele chegar,
Meu amigo pode crer!
Vai filar a bóia e as panela lavar!
Chega de mão abanando,
A todos abençoando que pra o povo não perceber,
Come que só uma draga,
Parece até uma praga, num partido de feijão!
O dízimo ele veio cobrar,
Enche o bornar e sai,
Depois de encher a timba,
Nem oia pra trás!
E ai daquele que não se curvar,
A mão abençoar,
Quando essa figura bendita,
No caminho encontrar!