* Um urso careca *
Era uma vez um ursinho
Que faltavam pelos na cabeça.
Quando ele veio ao mundo,
Tinha pelo nunca se esqueça.
Só em cima, no cocuruto,
Havia uma mancha em oculto
Não deixe que o enlouqueça.
— Oh, uma careca! — disse o pai.
— Será que ainda vai nascer.
Tem tempo vamos ver.
Deixe o ursinho crescer.
Mas este não nasceu.
Nem quando ele cresceu
E com o tempo veio sofrer.
A mãe pôs-lhe umas raízes:
Rábano, dente-de-leão,
De árvores e de acanto.
Com muita disposição.
— É delas que tudo nasce
— Dizia a mãe e disfarce
Para não chamar atenção.
— Portanto, há de ajudar!
Mas também não ajudou.
A mãe pegou água da chuva
E com amor esfregou.
A água faz tudo nascer.
Esfregou estrume para ver.
As plantas crescem um horror.
O irmão do urso cuspiu-lhe
No meio da roda pelada.
— Desculpa, mas teve de ser!
— Disse o irmão dando risada.
— Onde eu cuspo algo nasce.
Antes que ele negasse
Cuspiu e não nasceu nada.
O urso saiu para o bosque
Encontrou um tigre que caçava
E se preparava para lhe saltar.
Zás! O urso correu para casa.
Depois voltou para caçar
E viu um lobo guará
Ele fugiu em disparada.
Apareceu-lhe, de repente,
Uma raposa, de boca aberta.
O urso foi mais rápido
E pegou-a na hora certa.
— Foi minha última tentativa
Queria apanhá-la viva
Com sua cabeça esperta.