O Menor Abandonado

Minha vida é um horror

Eu não sei o que é amor

Eu não tenho cobertor

Meu cobertor é o vento,

E quem me ver não me chama

Tem a calçada da fama

Porém a minha, da lama

Calçada do sofrimento.

Falo pouco, só lamento

É bastante o meu tormento

O dia pra mim é lento

A noite muito comprida

Tá bem pouquinho o meu gás

Eu não conheci meus pais

Nem muito menos a paz

Somente vida sofrida.

Mas posso chamar de vida?

Vida é vida bem vivida

A minha, nem parecida

E viver assim compensa?

Mesmo assim, quero viver

Não assim, queira entender

Pergunto para você

Me diga o que você pensa?

Eu sei que tenho doença

Devido a minha aparência

Eu tenho vontade imensa

De sair dessa atoleiro

Nunca gostei de dá trote

Remédio? Água do pote

Espero que alguém me adote

Ser cidadão brasileiro.

Minha cama é papelão

Comida, às vezes, um pão

Peço, mas poucos me dão

Porém nunca roubei nada

Nunca pensei em roubar

E se alguém me adotar

De mim, irá se orgulhar

Terá vida abençoada.

Tiago Duarte
Enviado por Tiago Duarte em 18/11/2014
Reeditado em 18/11/2014
Código do texto: T5040234
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