A casa de Jesus
Bom dia amigos e amigas o recanto, o texto que publico é um pouco inclinado para a religião, entretanto, o Cristianismo é amplamente majoritário na nossa sociedade e sem qualquer dogmatismo acredito que Jesus cede de bom grado a sua casa para receber seus seguidores.
Uma casa é construída
Nos confins do universo
Dela pode haver saída
Mas não há andar reverso
Ela sempre é possuída
Por quem fez o universo.
Nessa casa existe chão
Feito de pedra polida
Na cozinha há um fogão
Onde sempre há comida
Há uma forma de pão
Para ser distribuída.
Na varanda há um lugar
Para quem chegar cansado
Pode sentar e esperar
Pelo almoço que é dado
E depois, pra descansar,
Poderá ficar sentado.
Nessa casa existe luz
Mas não é iluminada
Nela não existe cruz
Não há vida amargurada
Há alguém que nos conduz
Pela porta de entrada.
Essa casa é a cadeia
Que acolhe o pecador
Nela está o grão de areia
Que no pé provoca dor
Mas não é casa alheia
Pertence ao Nosso Senhor.
Nessa casa há judeus
Que pagara os pecados
Também muitos fariseus
Que morreram enganados
Está cheia de plebeus
Que estão purificados.
Na casa não há mendigos
Muito menos ostentação
Não há novos ou antigos
Não há servo e nem patrão
Não há pena e nem castigos
E não há escuridão.
Não há rico ou favelado
Não há preto ou ameríndio
Não há branco disfarçado
E não há tribo de índio
Todo mundo é igualado
Ao que veio ou está vindo.
Não importa o argumento
Pra chegar a essa casa
Nela há aquecimento
Para quem perdeu a casa
E também acolhimento
Para o pássaro sem asa.
Há espaço pra cantar
Há horário pra dormir
Liberdade pra sonhar
Também pão pra dividir
Liberdade para amar
E momentos pra servir.
A porta é sem fechadura
A janela nunca fecha
Parede sem rachadura
E não há risco de flecha
Todos falam com brandura
E ninguém coloca pecha.
Se há surto de desejo
Surge algo que interessa
Senão for o que almejo
Então o desejo cessa
Então nessa hora eu vejo
Que o tempo anda depressa.
Quando eu vejo a passarada
Repetindo o seu gorjeio
Sei que é a madrugada
Que chegou sem fazer feio
Traz em si a caminhada
De quem viu em si o meio.
No romper da nova aurora
Há milhares de pedintes
Cada um marcando a hora
Pra também virar ouvinte
Viram que o tempo é agora
E se esquecem do acinte.
Entretanto há uma regra
Exigida na conduta
O alheio não se pega
Não se usa a força bruta
O auxilio ninguém nega
E ninguém foge da luta.
Cada um é informado
Sobre o que deve fazer
Ninguém vai ficar parado
Esperando acontecer
Tudo que lhe for doado
Deve a Deus oferecer.
Assim deve ser a casa
Que devemos fazer jus
La o bem não extravasa
Também la chegamos nus
La o tempo não atrasa
É a casa de Jesus.