EM TUAS MÃOS ESTENDIDAS.
Em tuas mãos estendidas,
Trazes no centro à rosa,
Eu refaço a minha vida,
De maneira primorosa,
Esqueço minhas feridas,
Tenho a visão glamorosa.
Teu olhar mira profundo,
Penetra em minha alma,
Meu pensamento fecundo,
Me cobra a devida calma,
Pois a vontade que tenho,
É de beijar-te as faces.
Diante da tua foto,
Eu reitero a promessa,
De renovar o propósito,
Para uma vida regressa,
Onde eu esteja contigo,
Assim a gente começa.
Na sutileza da flor,
Sinto tua pele nua,
Se te encontro na rua,
Deflagro o meu amor,
Ó odalisca mais linda,
Que nos invoca ardor.
Quero ser um beija flor,
E explorar este jardim,
Sugando vários botões,
Deixar o melhor de mim,
Daqui tirando o perfume,
De rosa, cravo e jasmim.
Neste abraço me derreto,
A criança é pura e bela,
Preciso rezar um terço,
Retirar o que me flagela,
Depois fazer à homilia,
Ah uma alma singela.
A inocência juvenil,
Invoca o meu coração,
Já sou um cara senil,
Judiado de montão,
Mas como é bom receber,
Duma criança a salvação.
Também gosto de você,
Meu sorriso é minguado,
Meus dentes amarelados,
Não brilham iguais os teus,
Mas no coração de Deus,
Quero te ver hospedada.
É o milagre em cascata,
Uma idosa vendo a outra,
Mas a vida em serenatas,
Nos trás a tristeza solta,
Ao praticar-se a caridade,
Uma se incumbe da outra.
Como és linda e viçosa,
Costumo sonhar contigo,
Mas quando te peço a rosa,
Me acordo por castigo,
E nunca sugo do néctar,
Que tanto me martiriza.