Frei Dimão convoca De Monay para as preces
Desperta, flor da madrugada
os anjos ja estao em polvorosa
e' hora de dar boa rezada
o' discipula piedosa
O oficio da Imaculada
e' dagora a oracao
reza bem espevitada
mostrando teu coracao
Se `a noite foste `a balada
primeiro tem confissao
para que entres lavada
com o Pai em comunhao
O instante e' o mais sagrado
para a divina contemplacao
silente aqui fica ate meu brado
com a prece em erecao
Encontrei ontem meu cajado
num canto escuro e distante
ficou ele abandonado
ou nao foste vigilante?
Tenho que puxar-te a orelha
quando nas regras falhas
tresmalhada es ovelha
vem, me traz a toalha
Bencaos vou aspergir
em teu banho matinal
pra teus pecados remir
inclusive o vaginal
Prestes esta o cajado
a mais bencaos derramar
ele chegou a ficar encurvado
por falta de se o lustrar
Sei que soltaste o tsuru
nas maos de gente alheia
quebraste assim o tabu
do passaro que em prece enleia
Apos penitencia severa
espero achar-te contrita
senao o Pai se desespera
e ai entao estaras frita
Quero levar-te em romaria
`a santa terra e ao Jordao
porisso passa na sacristia
para preencher um papeao
Deixa, por ora, de lado
a profana festanca
levo-te ao mais sagrado
na matinal comilanca
Depois do intento feito
vem provar de meu charuto
podes faze-lo em meu leito
enquanto fazemos o bendito fruto
De Monay, piedosa, `as preces da' vivas, mas, gozosa, apresenta alternativas
Rezarei bem restrita\\
Todas as boas matinas\\
Na língua dos anjos, contrita\\
Até o frei pecar sem a batina\\
Rezarei bem serelepe\\
Fazendo cafuné no rei\\
Depois de toda a verve\\A
s jaculações serão do frei\\
Noite passa fui pra feira de São Cristóvão\\
Dancei xaxado e bati coxa no carimbó\\
Hoje tô moída, parecendo um escovão\\
Mas amanhã levarei o frei a Tribobó!\\
A ereção é a prova da exaltação\\
Isto se dá em plena comunhão\\
Quando recebo a hóstia da tua sacra mão\\
E deixo na úvula um gosto bão\\
Teu cajado, deixei de castigo\\
Posto que deu a outra saltitante freira\\
Deixei-o no seco e sem brilho\\
Até tu levantares tua bandeira\\
Tua toalha dei pro Batista Amado\\
Que veio cantar na nossa sacristia\\
E este foi benquisto no cenáculo\\
Quando a ovelha chamou o jeremias\\
De tuas bênçãos eu necessito\\
Para meus pecados ter um fim\\
Assim até me excito\\
Quando aspergires em mim\\
Teu cajado tá rachado na ponta\\
De tantos ósculos bem dados\\
Agora passarei na vovó Conga\\
E o lustrarei até teu gozo reinado\\
Meu tsuru voa bem alto \\
Vai ligeiro a tantos céus\\
E pra sentir o grande salto\\
Que dá nas messes dos atos teus\\
Reparo na tua também ira\\
Que queres a minha contrição\\
Então vem aqui e tira\\
Esse tal de gozação\\
Vamos a romaria co' a vela na mão\\
E depois me dê a cera que dela cai\\
Assim estarei preparada de montão\\
E depois lambuza teus dedos e vai!\\
Nada de tais comilanças\\
Vamos fazer uma oração\\
Até manifestar a fé na abundância\\
E o meu frei ao lado, na prostração\\
Teu charuto é de Cuba?\\
Então acho que não quero\
Porque senão o cu balança\\
E daí eu me desespero\\