Sonho de jegue

À medida que o calor aumenta

vai delirando o pobre jegue

sonha com égua ou jumenta

que nas costas o carregue

E pra operação do engate

vai desembainhando a espada

torce pra que na hora do embate

ele não precise de escada

E com o instrumento a prumo

o delírio se fortalece

que chega a perder o rumo

a medida que a coisa enrijece

E quando o sonho se realiza

relincha de tanto prazer

enquanto a espada desliza

doce como o amanhecer

Mas mal a festança começa

o negócio fica bem feio

a lhe pregar uma peça

chega o dono com o arreio

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 24/10/2014
Código do texto: T5010114
Classificação de conteúdo: seguro