Frei Dimão convida Kathie para as preces dominicais
Em meu catre franciscano
as contas do terço debulho
quero varrer o profano
que acumula, faz entulho
Se a tua noite passaste
em plena badalação
espero que ao menos honraste
a castidade deste pobre ancião
Acompanho-te feito José
um dia fê-lo com a Virgem Maria
mesmo com o cajado de pé
de sua fruta jamais se sacia
Levou-a para Nazaré
para uma mágica noite
e ao invés de um arrasta-pé
só frio sofreu como açoite
Na clausura como bem sabes
há o antes o durante e depois
vem logo, vê se te cabes
aqui, bem sabes, é um catre pra dois
Domingo é dia santificado
devotado às muitas preces
mas com elas expulsas o pecado
e no conceito do Pai é que cresces
Se um pouco padeceres
neste meu humilde leito
ao cabo - e rabo - gozarás prazeres
constantes no divino direito
Traz contigo tua fruta
que colheste no sacro pomar
pois quem dela desfruta
de ti faz altar de sonhar
Rezaremos o sacro ofício
da conceição imaculada
e a cada bendito orifício
benção em jorro será derramada
Na falta de iluminação
acende-me aquela que nos derrete
até a total consumação
minha vela de espermacete
No paraíso enfim entrarás
da maneira mais triunfal
e o cajado que oscularás
é meu báculo episcopal
De Monay, compungida, acede, feliz da lida, caindo na sacra vida:
No teu catre sou santa impura//
Rezo no terço conto os pecados\\
E depois me abro pra toda cúria//
E deixo o resto com os sumo prelados\\
Passei a noite no forró//
Batendo coxas com cabras machos\\
Mas depois pensei no cipó//
Do meu santo que não alivia o facho\\
Minha fruta ainda é verde//
Tu mordeste como a cobra\\
Agora feriste-me, vedes?//
O tinhoso incorporou essa tua obra\\
Tive noite mágica com Aladim//
Que me trouxeste teu tapete\\
E de lá também veio o Ciço Padim//
Dá-me c'o a cabeça mais quente\\
Sou bem flexível, freira modesta//
Dou-me em cubículos onde oro\\
Sei que depois baterás em minha testa//S
entindo o orgulho do teu couro\\
Santificarei o domingo na praia da Barra//
Ei-lo o Pai sobre tantas águas!\\
Darme-ei- a minha santa farra//
E depois deleitarei bem mais salgada\\
És o meu frei bem eleito//
Sou pois também uma santa simples\\
E se fores velar no meu peito//
Gozarás tua vela em riste\\
Dei minha fruta a toda judeia//
E todos sonharam com dragões\\
Posto que comeram a plebeia//
Fumaram narguilé e viram o cramulhão\\
Da imaculada sempre fui filha//
E de Iemanjá, sou sua menina\\
Mas se quiser se consultar entre na fila//P
orque desse frei eu tiro a birra\\
Antes de acender irei chupar//
Como prova de amor maior\\
Pelo padre Dimão irei orar//E
no cajado bem reto -amargar\\
Entro no paraíso descalça//C
omo a franciscana deve entrar\\
Tiro frei Dimão "praquela" dança//
E depois vamos aos céus penetrar\\