Frei Dimão exorta Teresa às vésperas
Quando as vésperas vão chegando
é hora de tanger o rebanho
para ir do Pai se aproximando
para chegar ao divino ganho
Sábado é dia do descanso
como o domingo, santificado
e meu apelo aqui lanço
para se espantar o pecado
Sei que provaste do tamarindo
que é o fruto proibido
neste universo tão lindo
que embora levante a libido
Minha igreja isso não permite
em nome da sacra pureza
pois na hora o Pai demite
colérico, com justa rudeza
Teus ombros deves proteger
contra o olhar devassador
reclusa no íntimo prazer
que a carne a possui o Senhor
Irei do Irã encomendar
para cobrir o teu pudor
um lote bem exemplar
do mais negro chador
Dos macubais falas com saudade
e neste ponto reprovo somente
que expuseste a tua castidade
diante da mais inocente gente
Contudo pra tudo há remédio
exceto pro vate Facuri
pois em seu constante assédio
vai acabar como pedicure
Vou levar-te para a clausura
para teus pecados tirar
espero tua compostura
neste ritual sem par
Se minha batina se levanta
jamais te desconfies
é sinal que viras santa
pedindo que tu me guies
Te ouvirei em confissão
para teus pecados remir
que venham em profusão
mas nada deves omitir
Uma noite no firmamento
em preces iremos passar
agarrados num instrumento
que juntos nos faz obrar
Teresa dá de ombros à conversão, mas de boa vontade, aceitar orar com o frade:
Uma foto me fez desacreditada/
e não me salvam nem os Santos!/
Talvez burka não seja indicada.../
Vai me esconder os encantos.
Gosto de andar arejada/
e isso não dá jeito nenhum!.../
Aos tamarinos preciso ir preparada/
para comê-los um a um.
Clausura nunca!
Nem que tenha de apelar!/
Agarro esse frei pela batina/
e vamos os dois orar/
nem que seja pra China!