A Alma Que Me Habita

Uma folha branca, casta

E uma pena na mão

Isso é tudo, e me basta

Para assumir a posição

Logo a razão se afasta

Cedendo vez a inspiração!

Não sei como acontece

Nem como a magia se faz

A realidade adormece

Velho sonho se refaz

E, se ao poeta apetece

Prova do que é capaz!

Ainda que chova lá fora

O frio domine o espaço

A alma do poeta aflora

Traz consigo o mormaço

E a certeza que vigora

É duvidar do que faço!

Um amor, uma lembrança

Abre as asas do poema

Que pousa doce e balança

Folhas de uma vida plena

E a mão que escreve não cansa

Até ver perfeito o tema!

Não sei onde principia,

Se na alma ou na mente,

O verso que se inicia

Cria força e segue em frente

Vai moldando a poesia

De forma tão envolvente!

De certo que não fui eu

A autora dessa arte

Mas se assino torno meu

E das glórias, tomo parte

Seja crente ou seja ateu

Todo poeta é quase um deus

No dom que ao mundo reparte.

Marisa Rosa Cabral.

Marisa Rosa
Enviado por Marisa Rosa em 16/10/2014
Reeditado em 19/09/2024
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