Frei Dimão dita as matinas para Kathie, que responde no ato

Vem rezar a ladainha

e fazer comigo as rogações

andas bem precisadinha

também das abluções

Para livrar-te de todo mal

e dos pecaminosos vícios

vou te dar bênção total

que te cubra os orifícios

E minha batina surrada

precisa de boa lavagem

e como ela é sagrada

não se presta à sacranagem

Nesta matina gloriosa

ao Senhor irás louvar

e assim é que se goza

um dia cristão exemplar

Vejo que tua linguagem

em teus poemas é cortante

deves bem cuidar da imagem

de virgem bem militante

E se te faço esta advertência

é para teu próprio bem

cabe ao Pai toda clemência

pra dá-la como convém

Minha batina agora abotoa

com o cuidado especial

ela às vezes comigo zoa

feito braguilha de todo mal

Reza bem as jaculatórias

ao longo de todo dia

elas te trarão as glórias

da querida Ave-Maria

Do sacrário a chave chupaste

e o fizeste muito bem

bem úmida como a deixaste

e os anjos digam amém

Hoje não terás o cajado

para com devoção oscular

o mesmo anda dobrado

de tanto sacro badalar.

Kathie, piedosa, a salvação - e salivação - antegoza:

Traga também tua vara de marmelo//

E livra-me do mal da fornicação\\

Não vês que vira e mexe, me melo?//

E contribua com essa tua dura ação\\

Livra-me de todo o desejo//

Desse meu corpo sem pejo\\

E faz a tua santa obra num molejo//

E pufifica-me com teu báculo teso\\

Tua batina lavo-as nas mãos//

Veja se tu encontras sujeiras?\\

Faço tudo pra evitar mais turbação//

Santa que só pensa em besteiras\\

Entro agora para a assembléia//

E digo de antemão que gozo\\

Nesse dia lavo até a churreia//

E deixo o frei mais orgulhoso\\

Ainda sou a virgem do monte//

Caso queira cuidar-me, me tapa\\

Não dê asas à minha fonte//

Ou ficarei mais viciada\\

Tua advertência me incita//

A tantos outras virtudes\\

Só quero ser tua bendita//

Nas águas do meu açude\\

Tua braguilha é coisa do capeta//

Sai pela porta a deixando aberta\\

E deixa comigo, vou de luneta//

Fechar teu botão - você checa?\\

Nas jaculatórias me empenho//

Para ser a mais fiel das santas\\

Mas com o frei eu desempenho//

Na labuta suada a minha sanha\\

Chupo e bebo tudo que me vens//

para a glória do Pai e do frei, também\\

Além do mais tudo vem do além//

Toca atrás e de frente, amém!\\

Sem teu cajado me debulho//

Fico na mão te sentindo\\

Todo o espiritual do teu duro//

Devota que sou vou aspergindo\\

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 16/10/2014
Reeditado em 16/10/2014
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