Frei Dimão fala, de Roma - e Kathie responde
Na cidade de Pedro continuo
em contínua contemplação
mas o que ora te arguo
é se fizeste bem tua lição
Se o decote te proibi
foi em nome da boa moral
confesso que até eu sofri
mas foi o Pai que me deu o sinal
Fiz o mesmo em relação ao namoro
livre de qualquer flertação
se respeitas assim o decoro
à mão tens a salvação
Bento logo me receberá
pra falar da causa dos santos
sobre ti, quiçá me indagará
sobretudo, de teus entretantos
Sei que te portas como uma santinha
pelos santos óleos revigorada
lembra-te porém que abertinha
a minha fé tão acendrada
Deixa de lado o profano tabu
e música sacra ouve só
dá adeus a Castanha e Caju
e nada de carimbó
A disputa terrena se acirra
entre a dura Dilma e o néscio Aécio
deixa de qualquer birra
e lê Populorum Progresio
Nos céus é que reside a paz
é repouso que não se acaba
ninguém rouba, ninguém faz
nada se dá, nada se enraba
Deixei ai meu cajado
vê se dele não esqueces
ele penetra bem salgado
pra que o dia bem comeces
Com força não o esfregues
ele é sagrada madeira
porém jamais negues
tua virgindade inteira
De Monay dá provas de sua devoção - e castidade:
A minha lição sempre foi feita//
Sou uma pupila dedicada\\
Até minha língua anda estreita//
E já me sinto derramada\\
Já me cubro com o teu manto//
Este sim me deixa tampada\\
Esse teu pano é tão bento//
Que já me sinto chapada\\
Namoro também já deixei//
Agora rezo na tua lei\\
E até o cajado que lustrei//
Digo:- isso agora é com o frei\\
Entretanto te faço orações\\
Feito Maria tecendo o rosário//
E em ti só quero as ações\\
Que o Pai me ponha no seu armário//
Na tua fé eu comungo ligeira\\
Porque és um santo amoroso//
Mas não vá trepar na minha goiabeira\\
Senão te chamo de tinhoso//
Meu frei, ouço até o Jamelão\\
E me acabo na carimbeta//
Ou melhor, recito o alcorão\\
E depois vou te pegar de lambreta... //
Não temerei essa disputa\\
Eu mato a cobra e mostro o pau//
E se quiseres entrar nessa luta\\
É só chamar-me no final//
E na terra tudo reside e abunda\\
Dá-me apenas o ostensório//
Nada de meter-me em catacumbas\\
Mas na verdade teu cajado eu imploro!//
Já comecei meu dia em gozos//
Rezei e comunguei aos pés dos santos\\
Agora tomo-te e deixo o teu jorro//
Para que acalme na África os bantos\\
Faço como na lâmpada de Aladim//
Esfrego fervorosa e faço o pedido\\
Depois tu chama o santo "Padim"//
E daí o cajado me é permitido\\