CORDEL DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Tivemos a Ana Helena

Professora muito legal

Ela nos ensinou

Educação Especial

Antes da Ana Helena

Achava tudo natural

Mas agora eu me pergunto

Será que eu sou normal?

No retardo mental

Olhe a classificação

Mas nada substitui

A sua observação

Um paradigma perigoso

Foi aquele do espartano

Quem não nascia belo

Entrava pelo cano

No paradigma ateniense

O corpo não valia não

Muitos assim foram parar

Na fogo da Inquisição

Com Isaque Newton

Tivemos mais uma onda

O corpo virou máquina

O coração, uma bomba.

Com a maquinofatura

Aumentou-se a produção

Mas o fim da burguesia

Era a acumulação

Chegamos a Taylor e Ford

A era do especialismo

Tudo isso para dar lucro

Ao velho capitalismo

Vimos na Mitologia

A história de Procusto

Ora espichava, ora encurtava

Padrão a qualquer custo

Russeau defendeu a infância

Quase ninguém o atura

Disse que a criança não era

Adulto em miniatura

Quero aqui destacar

A pedagogia da existência

Se preocupa com cegos e mudos

E também com a demência.

Até os executivos

Fizeram um treinamento

De cuidar de surdos-mudos

Imagine o sofrimento.

Do muito que aprendemos

Precisamos ter em mente

E jamais nos esqueçamos

O deficiente não é doente

O Psicopedagogo tem

Que se fundamentar

Mas no seu diagnóstico

O importante é o olhar

Uma das concepções do DM

É a médico psicológica

A qual tem como base

O determinismo biológico

O Alfred Binet

Quase entrou numa fria

Queria medir a inteligência

Usando a craniometria

Uma outra concepção

Do doente mental

É que tudo isso passa

Pelo aspecto social.

Os deficientes mentais

Também são “normais”

São igualzinhos a nós

Nos desejos sexuais

O mundo valoriza

O corpo e também a mente

Vamos prestigiar

O outro ser “diferente”

Um abraço carinhoso

Prá alguém especial

Desejamos a Ana Helena

Um alegre e feliz Natal.

Fortaleza, dez/97

Carlos Alfredo Melo
Enviado por Carlos Alfredo Melo em 13/10/2014
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