Frei Dimão exalta as virtudes de Nanda
Fernanda, não dês ouvidos/
a esses profanos conselhos/
partem dos que estão perdidos/
e só vêem os próprios espelhos/
Da salvação a chave já te dei/
e espero que a uses bem/
pois nesta buliçosa grei/
és uma ovelha entre cem/
Tens o poder de discernir/
para sábias decisões tomar/
contudo, te proíbo de ir/
nesse lascivo pomar/
Pois o fruto proibido/
lá está em exposição/
afeta direto a libido/
e propele à tentação/
Esses que pensam que o Pai/
aceita direto contato/
não sabem que a casa cai/
sem intermediário pro ato/
Quero que sejas discreta/
girando de norte a sul/
traz-me a pastilha dileta/
que é um comprimido azul/
Eu preciso desse tal/
pra me regular o coração/
já é remédio tão banal/
que se acha em qualquer balcão/
A plástica deves evitar/
e também a tal maquiagem/
são artes do avatar/
que não deves dar passagem/
E para a sacra benzeção/
com a qual o demo humilhas/
circundo-te com meu cordão/
e te cinjo pelas virilhas/
Deves usar bem teus lábios/
pra ler sacras escrituras/
contidas em meus alfarrábios/
quando meu báculo seguras/
Cuidaremos juntos da ereção/
de coisa bem santa e tão bela/
entronizando teu coração/
em convidativa capela/
E lá far-te-ei chupar/
um precioso relicário/
de importância sem par/
sem par, a chave do sacrário...
Cordelista de escol, Hullcita, mui catita, repudia as investidas do frei mas, virginal, não mata a cobra, nem mostra o pau:
Nem Giovanni Boccaccio/
pensou tanta safadeza/
Il Decameron do Lacio/
contém atos de "pureza".///***
É por isso que eu não creio/
em conversa com o clero/
a lascívia não tem freio/
estão no mármore, espero.///***
Não fosse tanta doidice que esse frei fala, kkkkk,
eu até o aplaudiria