Cidadania
Bom dia amigos e amigas do Recanto, ante a proximidade das eleições quando nos, os eleitores, exercemos a soberania popular por meio do voto achei oportuno falar alguma coiss sobre cidadania.
Onde existe prepotência
Falta paz e educação
Falta luz, falta ciência,
Falta emprego e falta pão
Falta até a consciência
Do que é ser cidadão.
Cidadão não é somente
O nascido em um local
Muito menos ser parente
De algum fenomenal
É viver sempre decente
Sem jamais proceder mal.
Nas cidades mais antigas
Conhecia um cidadão
Pela casa onde vivia
Que gozava a proteção
Do muro que a protegia
Do resto da multidão.
Cidadão tinha a defesa
Da muralha da cidade
Fazer guerra era a proeza
Pra se praticar maldade
E pro grosso da nobreza
Esbanjar barbaridade.
A população da ‘Civis’
Era quem tinha o Poder
Eram todos homens livres
Diziam tudo saber
Faziam coisas horríveis
Mas primavam em esconder.
Em geral eram orgulhosos
Tinham orgulho de si mesmo
Usavam panos vistosos
Para caminhar a esmo
Eram os mais virtuosos
Sem lutar contra si mesmo.
No jardim que caminhava
Cheio de maledicência
O gentio é quem plantava
Sob subserviência
E também dele cuidava
Emprestando reverência.
O gentio era o povão
Que morava no casebre
Implorando por um pão
Muitos morriam de febre
Tinham como ocupação
Conservar inteira a sebe.
Os porões eram presídios
Onde escravo era trancado
Poderiam ser bandidos
Isso não era apurado
Se algum era banido
Se julgava perdoado.
O menino que nascia
Era logo apresentado
Ao vigário que podia
Ordenar ser descartado
Pra cidade serviria
Se pudesse ser soldado.
A menina que nascia
Também era examinada
Pelo padre que podia
Mandar seja assassinada
Se vivesse ela seria
Mulher pra cama e mais nada.
A mulher nesse contexto
Era como um objeto
O homem a qualquer pretexto
Dizia ser um dejeto
Tinha filhos por incesto
E matava o desafeto.
O silêncio era comum
Simplesmente respondia
Casamento era só um
Separar não poderia
Se o marido era bebum
Mesmo assim suportaria.
Pra cidade ela era nada
Simplesmente era mulher
Quando velha era enjeitada
Colocada num escaler
Sem direito a ser casada
Transformava em esmoler.
Mas o tempo foi passando
E o homem esclarecendo
Da mulher necessitando
Disso acabou sabendo
Foi aos poucos se educando
E também compreendendo.
Muito há pra se contar
Sobre a cidadania
Falta ainda aprimorar
Isso vem no dia a dia
Mas é bom se preparar
Pra ganhar soberania.