PELEJA NA FEIRA (VI)

F. Mozart:

A broa, (que gostosura!)

O bolinho e o sequilho

De Antonio Felizardo

Manjares feitos de milho

Da culinária famosa

Passando de pai pra filho.

Era de se ver o brilho

Da feira hoje afamada,

Começava na segunda-feira

E varava a madrugada.

Na feira tinha de tudo

Pra gáudio da matutada.

Atravessava a cidade

Até às margens do rio,

Saindo da linha férrea

No inverno ou no estio,

Com sortimento abrangente

De candeeiro a pavio.

De feijão, de rapadura,

Sapato, roupa e colchão,

Fritas, legumes, arreios,

Mangaio, sela, gibão,

Tinha até freio pra gato

Como reza a tradição.

Até bainha pra foice

Se encontrava na feira.

Arroz doce de Luzia,

Essa afamada doceira,

Manjar da rapaziada,

Da culinária era esteira.

O bolo de seu Felipe,

O famoso requeijão,

Ficaram muito famosos

No mercado de então.

Tinha o picado de porco

Com lapada de quentão.

Uma outra tradição:

Carne torrada e toucinho,

Galinha de cabidela

Acompanhada de vinho

De caju ou jururbeba.

E o paletó de linho

Era a roupa predileta

Dos notáveis do lugar

Que, dizem, queimavam cédulas

De cem réis no lupanar,

Demonstração de riqueza

Do profano secular.

www.fabiomozart.blogspot.com

Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 19/09/2014
Código do texto: T4968235
Classificação de conteúdo: seguro