PELEJA NA FEIRA (VI)
F. Mozart:
A broa, (que gostosura!)
O bolinho e o sequilho
De Antonio Felizardo
Manjares feitos de milho
Da culinária famosa
Passando de pai pra filho.
Era de se ver o brilho
Da feira hoje afamada,
Começava na segunda-feira
E varava a madrugada.
Na feira tinha de tudo
Pra gáudio da matutada.
Atravessava a cidade
Até às margens do rio,
Saindo da linha férrea
No inverno ou no estio,
Com sortimento abrangente
De candeeiro a pavio.
De feijão, de rapadura,
Sapato, roupa e colchão,
Fritas, legumes, arreios,
Mangaio, sela, gibão,
Tinha até freio pra gato
Como reza a tradição.
Até bainha pra foice
Se encontrava na feira.
Arroz doce de Luzia,
Essa afamada doceira,
Manjar da rapaziada,
Da culinária era esteira.
O bolo de seu Felipe,
O famoso requeijão,
Ficaram muito famosos
No mercado de então.
Tinha o picado de porco
Com lapada de quentão.
Uma outra tradição:
Carne torrada e toucinho,
Galinha de cabidela
Acompanhada de vinho
De caju ou jururbeba.
E o paletó de linho
Era a roupa predileta
Dos notáveis do lugar
Que, dizem, queimavam cédulas
De cem réis no lupanar,
Demonstração de riqueza
Do profano secular.
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