MITOLOGIA GREGA. O MITO DA CRIAÇÃO.
O MITO DA CRIAÇAO. Disciplina: Minicurso de Mitologia Greco-romana. Santa Quitéria 27/07/2007.
1.
Os povos de antigamente
De outras terras distantes
Que liam, não escreviam
Suas histórias triunfantes
Imaginam seus heróis,
Seus deuses e seus gigantes.
2.
Da criação deste mundo
Contavam eles assim
Era sem forma e vazio
Sua imensidão sem fim
O mar, a Terra e o ar
Uma mistura ruim.
3.
Um deus sabe-se lá quem foi
Resolveu organizar
Fez as águas se assentarem
No trono fundo do mar
Mandou a Terra também
Tratar de se acomodar.
4.
O ar que era misturado
Com esses dois elementos
Ficou limpo, transparente
E suave num momento
Sua extensão é o espaço
E nele está o vento.
5.
De tudo que é animal
Na Terra pôde surgir
Criados por esse deus
Que não puderam discernir
E Prometeu a criação
Do homem veio decidir.
6.
O homem e animais
Confiaram a Prometeu
Para que suas faculdades
E discernimento deu
Aliado a seu irmão
O criador Prometeu.
7.
Esqueceram de dar ao homem
As suas habilidades
Gastaram com os animais
Por esta infelicidade
buscando fogo no sol
deu-se ao homem superioridade.
8.
Pandora feita no céu
Por Júpiter o senhor
Pra castigar Prometeu
E ao seu ajudador
E ao homem que aceitou
O fogo do criador.
9.
Epmeteu tinha em casa
Uma caixinha de artigos
Pois sempre vivia fechada
Aberta trazia perigos,
Aquele que a abrisse
Deixava os povos feridos.
10.
Pandora mui curiosa,
Como é próprio da mulher,
Abriu a dita caixinha
Saindo tudo até
Ficou somente a esperança
Para salvar quem tem fé.
11.
A intriga, o reumatismo,
A cólica e a vingança,
A dor nas costas, nos dentes,
Dor na cabeça e na pança,
São só algumas das pragas
Com elas a desconfiança.
12.
Além das pragas a certeza
De um dia a morte chegar
Pois saiu da dita caixa
No mundo está a vagar
Com a missão de um dia
A cada homem buscar.
13.
“A esperança é a última
De tudo o que vai morrer.”
Mas é só alegoria,
Um ditado pra dizer
Pois é nesta esperança
Que o morto um dia vai viver.
14.
Na era do ouro vivia
Na Terra a felicidade
Seguida pela justiça
Com ausência da maldade
Todo mundo era feliz
Quem reinava era a verdade.
15.
Mas desta era foi pouco
O tempo que se passou
Com o ingresso da mulher
Que neste torrão pisou
E por ser tão curiosa
As tais praguinhas soltou.
16.
O desmantelo no mundo
Espalhou-se de uma vez
A mentira reina agora
Tem o povo por freguês
O engano e a maldade
São tidos como cortês.
17.
Júpiter, o deus maior
No seu trono meditou
Mandou chamar logo os deuses
E nenhum deles faltou
Pra discutir a questão
Do mundo que piorou.
18.
-Intento acabar com tudo
No mundo que foi criado
Por causa de suas maldades
Que me deixam irritado
Farei surgir nova raça
Pro mundo ser governado.
19.
Com raios bravos do fogo
O mundo vou destruir.
Não. Mudo de opinião,
Pode o céu agredir
É com água essa derrota
Nela sim, vão sucumbir.
20.
Pirra, uma mulher piedosa
E o esposo Deucaliao,
Foram salvos por Júpiter
Porque lhes davam atenção
Pra perpetuação da raça
Do homem da criação.
21
Desencadeou-se no mundo
Densas nuvens e trovões,
Raios, relâmpagos, aguaceiros
Derretiam corações
Destruiu seres viventes
Ficaram feroz montões.
22.
Depois de todo dilúvio
Só um casal reviveu
Vagando eles no mundo
Parentes de Prometeu
Deucalião e sua Pirra,
A mulher que deus lhe deu.
23.
Depois de tudo, parece
Que ficaram abestado
Pois não sabiam fazer
Como faziam no passado
Filhos e filhas no mundo
Para ficar povoado.
24.
Começaram a maldizer
E também a reclamar
Foram ao templo dos deuses
De joelhos a clamar
Querendo uma explicação
De como filhos gerar.
25.
-Sai com a cabeça coberta
As vestes a desatar
Pega os ossos de tua mãe
E joga-os para o ar
Para bem detrás de ti
Do lugar onde estás.
26.
Foi a resposta dos deuses
Sem nada acrescentar
E Pirra desorientada
Disse:-Não vou aceitar
Não pegarei dos meus pais
Seus restos para jogar.
27.
Deucalião disse: -Calma!
Melhor é obedecer.
Talvez a Terra é a mãe,
As pedras os ossos ser
Vamos jogar uma vez
Para ver acontecer.
28.
Eles jogaram as pedras
Para trás como convém
Delas saíram os homens
E as mulheres também
Conforme eles jogavam
Surgiam pessoas de bem.
29.
As pedras que eles jogavam
Só homens saiam delas,
Das pedras que ela jogava
Saiam mulheres belas
A noitinha descansavam
Pois a manhã os espera.
30.
Jafete era o pai
De Prometeu, Epimeteu
O amigo da humanidade
Foi seu filho Prometeu
Que ficou a seu favor
Ao deus desobedeceu.
31.
No rochedo Cáucaso
Júpiter o acorrentou
Seu fígado o abutre arrancava
E sempre se renovou
Essa tortura Prometeu
Pelo homem suportou.
32.
Um segredo Prometeu
No juízo conduzia
Tentaram tirar-lhe dele
Sonhavam tirar-lhe um dia
Mas ele não se entregou
Virou símbolo da agonia. (Carlos Jaime Matias)